De acordo com dados da Receita Federal, em 2018, cerca de 48% dos cadastros de Microempreendedor Individual (MEI) foram de mulheres. Outro estudo que mostra a evolução da mulher no cenário empreendedor foi feito no último ano pela Rede Mulher Empreendedora (RME), com 1.376 mulheres de diferentes regiões do Brasil. A pesquisa revelou que 85% das entrevistadas são proprietárias de empresa e 15% pensam em empreender.
Em Brasília, podemos acompanhar a trajetória de mulheres que conquistaram seu próprio espaço no cenário empreendedor, tornando-se inspiração para outras mulheres alcançarem seus objetivos profissionais.
Rafaela Dornas
Ludmila Thommen
O primeiro intitulado Movimento Vida, surgiu após 11 anos de trabalho na área de saúde. A ideia nascida por meio de uma avaliação feita a partir da história de vida dos pacientes com câncer de mama em tratamento em Brasília. A ação iniciada em julho de 2018 tem como objetivo estabelecer conexões entre médicos e pacientes, proporcionando o esclarecimento sobre a doença e sobre o tratamento.
Outro programa criado por Ludmila é o Clube da Mama. Em parceria com a médica Oncologista Mariane Cunha, as reuniões acontecem com cunho cientifica junto à equipe multidisciplinar uma vez por mês no Hospital Regional de Taguatinga – HRT, onde o objetivo é aproximar toda equipe envolvida no atendimento das pacientes com câncer de mama e criar protocolos de conduta baseados na realidade do Sistema único de Saúde – SUS. “Vivemos em uma era de novas tecnologias e medicamentos, porém sabemos que a realidade do serviço público não anda nessa mesma velocidade, tornando fundamental criar um TIME FORTE voltado para esse perfil de pacientes. É sempre bom poder discutir, ainda que não sejam todos, ma s a maioria dos casos e, assim, conseguir definir a melhor conduta baseada na realidade do serviço. Nossos pacientes merecem o melhor sempre. Tenho muito orgulho destes projetos”, diz Ludmila.
Fernanda La Rocque
Com a gastronomia no DNA, a empresária Fernanda La Rocque, de 43 anos, está, há 18 anos, à frente da rede de restaurantes Carpe Diem, ao lado de seu pai, o chef Fernando La Rocque. Sua carreira profissional começou longe das panelas, na área de informática, mas, em 2001, aceitou o convite do pai e mergulhou de cabeça no novo desafio. Fez pós-graduação em gastronomia e segurança alimentar e construiu uma sólida carreira gerenciando o empreendimento da família.
Para Fernanda, a atividade profissional está intrinsecamente ligada ao seio familiar. Ela herdou da avó e do pai o amor pela cozinha. Enquanto crescia, os dois foram suas maiores referências. “Sempre vi meu pai e minha avó dentro da cozinha e sempre gostei da área. Quando o restaurante abriu, eu ainda estava no segundo grau. Apesar de ser uma adolescente, fui ganhando admiração por essa casa que se consolidou e já tem quase 30 anos. É bacana escutar das pessoas ‘eu vinha aqui com meus pais e hoje trago meus filhos’. Vejo que há essa lembrança afetiva”, analisa.
O lado empresária é só uma das facetas de Fernanda, que é também uma fomentadora da cultura local. O Carpe Diem é conhecido pelos lançamentos e vendas de livros. Muitos escritores brasilienses aproveitam o espaço para divulgar seus trabalhos, gratuitamente. São, aproximadamente, 134 livros por ano. Todos os exemplares lançados na casa estão disponíveis na biblioteca do salão e os frequentadores podem, com autorização, pegar emprestado. A iniciativa nasceu da preocupação em ajudar esses autores que nem sempre recebem o apoio que precisam. Dessa forma, uniu-se, em um mesmo lugar, a alta gastronomia e a literatura. Um verdadeiro presente para os amantes da arte.
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