Grutas da Rota Peter Lund ganham nova iluminação

Nova instalação traz a claridade natural que possibilita ao visitante melhor apreciação durante o passeio

 

 

As grutas da Rota Lund, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ganharam novo projeto de iluminação, com refletores de led e luz branca, que garantem mais conforto ao turista e melhor conservação das cavidades naturais.

O investimento, no valor de R$ 2,6 milhões, permite que a beleza cênica dos salões subterrâneos das grutas da Lapinha, em Lagoa Santa; Maquiné, em Cordisburgo; e Rei do Mato, em Sete Lagoas, seja ainda mais inspiradora para se entender os mistérios da paleontologia mineira.

A nova iluminação será inaugurada nesta segunda-feira (22/1), em roteiro que inclui as três grutas.

O projeto substitui os antigos pontos de luz colorida que alteravam a coloração da rocha durante as visitas e já vinha apresentando problemas, com recorrentes apagões.

As três grutas já chegaram a ter, inclusive, iluminação com lâmpadas incandescentes, que provocavam elevação da temperatura interna da caverna, tornavam o passeio desconfortável e contribuíam para a formação de fungos na rocha.

“A reforma começou em 2017 e foi uma readequação de todo o sistema, já que o anterior, colorido, não funcionou adequadamente, o que levou a empresa a refazer o projeto, sem novo custo”, explica o diretor-geral em exercício do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Henri Dubois Collet.

As três grutas estão localizadas em unidades de conservação administradas pelo IEF.

A nova iluminação com luz branca traz, além da eficiência e economia da lâmpada led, a claridade natural que possibilita ao visitante uma melhor apreciação durante o passeio.

“A mudança permite ao turista ver com mais precisão, detalhes da gruta e das formações rochosas. Ele passa a ter mais noção de profundidade, melhor visão dos espeleotemas e ainda menos risco de acidente, já que o ambiente está melhor iluminado”, destaca Henri.

O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Germano Vieira, também ressalta a importância do novo projeto. “Essas grutas carregam a chave para entender a história da paleontologia mineira. Investir na conservação desses espaços é garantir que eles possam ser conhecidos pela humanidade, com conforto e segurança, é uma de nossas prioridades”, afirma.

As grutas da Lapinha, Maquiné e Rei do Mato estão inseridas no roteiro turístico mineiro e são uma excelente opção de passeio para quem visita o estado. Somente em 2017, as três grutas receberam a visita de mais de 88 mil turistas.

A Rota Lund é uma das mais importantes áreas de visitação de cavernas do Brasil, somando mais de 2,4 mil hectares de áreas naturais, com cerca de 50 cavernas e 170 sítios arqueológicos.

Os famosos salões dessas estruturas subterrâneas guardam verdadeiros tesouros que surpreendem os turistas. As estalactites que pendem do teto na forma de cones pontudos, bem como as estalagmites que crescem no sentido contrário, têm imensurável valor histórico.

As formações decorrentes do gotejamento de água das fendas das paredes das cavernas de rocha calcária levaram milhares de anos para se formar e se consolidaram em formas que enchem os olhos e despertam a criatividade dos visitantes. Outras ainda estão em formação já que esse processo é contínuo.

A Rota Lund leva esse nome em homenagem ao pesquisador dinamarquês Peter Lund, que se tornou conhecido como “pai da paleontologia brasileira”.

O circuito passa pelos municípios de Belo Horizonte, Cordisburgo, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo e Sete Lagoas, reunindo sete marcos principais: o Museu de Ciências Naturais – PUC Minas (Belo Horizonte), o túmulo Dr. Peter W Lund (Lagoa Santa), o Centro de Arqueologia Annette Laming Emperaire (Lagoa Santa), o Museu Peter Lund (Lagoa Santa), o Receptivo Gruta Rei do Mato (Sete Lagoas), o Museu da Gruta do Maquiné (Cordisburgo) e o Museu Casa Guimarães Rosa (Cordisburgo).

A área abrange ainda três unidades de conservação: o Parque Estadual do Sumidouro, em Lagoa Santa e Pedro Leopoldo; o Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato, em Sete lagoas; e o Monumento Natural Estadual Peter Lund, em Cordisburgo.

Linha do tempo – Peter Lund

1801 – Peter Wilhelm Lund nasce em Copenhague (Dinamarca).

1821 – Forma-se em medicina pela Universidade de Copenhague, especializando-se em botânica e zoologia.

1825 – Viaja pela primeira vez ao Brasil, para São Paulo e Rio de Janeiro, onde fica até 1829, atuando como botânico.

1833 – Retorna ao Brasil, onde fica definitivamente, e traz consigo o botânico alemão Ludwig Riedel. Juntos, visitam vários estados.

1834 – Em Curvelo, Lund tem seu primeiro contato com cavernas e fósseis brasileiros.

1835 – Fixa residência em Lagoa Santa e começa a fazer escavações na região. Em Cordisburgo, encontra fósseis de animal extinto na Gruta de Maquiné.

1842 – Até esta data, Lund já havia explorado mais de 200 cavernas na região e descrito 115 espécies de animais, entre os quais o tigre de dentes de sabre.

1843 – Encontra na região vestígios de homens pré-históricos, que ficaria conhecido posteriormente como o Homem de Lagoa Santa.

1845 – Lund encerra suas atividades e envia sua coleção de cerca de 20 mil itens para a Dinamarca.

1880 – No dia 25 de março, aos 78 anos, morre em Lagoa Santa.

 Principais atrações da rota das grutas Peter Lund

– Museu de Ciências Naturais da PUC Minas

– Gruta da Lapinha, no Parque Estadual do Sumidouro

– Museu Peter Lund

– O túmulo de Peter Lund

– Centro de Arqueologia Annette Laming Emperaire

– Gruta de Rei do Mato

– Gruta de Maquiné

– Museu da Gruta do Maquiné

– Museu Casa Guimarães Rosa

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