Ação já acolheu mais de 2,7 mil pessoas no serviço público. Decreto prevê acolhimento de acordo com o grau da dependência
O Governo do Distrito Federal (GDF) regulamentou, nesta sexta-feira (29), o Programa de Atenção ao Dependente Químico (PADQ) para servidores públicos locais. A cerimônia ocorreu no Salão Branco do Palácio do Buriti e contou com a presença de autoridades do Governo, presidentes de sindicatos, representantes da sociedade e servidores.
O Decreto nº 41.747, de 28 de janeiro de 2021, prevê o acolhimento dos servidores de acordo com o grau da dependência, que podem ser encaminhados para a intervenção mais adequada, seja psicoterapia individual ou em grupo. O programa também trabalhará ações preventivas com familiares e gestores.
O secretário de Economia, André Clemente, destacou a importância dos representantes do Governo, sociedade civil e setor produtivo estarem engajados na ação. “O sistema evolui quando estão todos juntos. Saúde, bem-estar e o cuidado com as pessoas já estavam desde o início no Plano de Governo do governador Ibaneis Rocha. Nós agimos em conjunto, cuidamos do outro e de quem precisa. Esse é um projeto a longo prazo. Hoje é um dia para firmarmos um compromisso de continuarmos cuidando dos dependentes químicos no serviço público”, afirmou.
Desde 2015 já conseguimos acolher mais de 2,7 mil servidores com esse Programa. O ser humano é nosso maior patrimônio, e nós contamos com uma equipe especializada para acolher essas pessoasAna Paula Lima, subsecretária de Segurança e Saúde no Trabalho
A iniciativa é promovida pela Secretaria de Economia, por meio da Secretaria Executiva de Valorização e Qualidade de Vida e da Subsecretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, e visa à promoção da saúde mental, à prevenção do adoecimento psíquico por uso de substâncias entre servidores e ao acompanhamento especializado.
Na abertura do evento, Ana Paula Lima, subsecretária de Segurança e Saúde no Trabalho, reforçou que o abuso de álcool e outras drogas é uma realidade mundial e impacta o convívio interpessoal, também no ambiente de trabalho. “Desde 2015 já conseguimos acolher mais de 2,7 mil servidores com esse Programa. O ser humano é nosso maior patrimônio, e nós contamos com uma equipe especializada para acolher essas pessoas”, garantiu.
Adriana Faria, secretária executiva de Valorização e Qualidade de Vida, relembrou que a dependência química “envolve preconceitos e tabus”, e acrescentou: “Estamos aqui para fazer um pacto a favor da saúde mental, na presença de tantas autoridades. Hoje deixamos um legado. É uma política de estado, um trabalho consistente”.
“Esse reconhecimento é importante. Cuidar de quem cuida”, disse Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde-DF, referindo-se aos servidores públicos. “Muitas pessoas afundam, entram em dependência, e o Governo, ao definir essa Política, mostra coragem e vontade de enxergar, e traz o servidor para o centro da atenção”, disse.
Para Rogério Barba, ativista em Brasília e ex-usuário de drogas, a posição do GDF em acompanhar e acolher o servidor público mostra a valorização e o respeito. “Precisamos agir sem julgamento. Essas pessoas precisam ser acolhidas, receber carinho, afeto e companheirismo. Vamos levar o DF como exemplo para outros estados”, afirmou.
PADQ
Institucionalizado em 2011, o Programa de Atenção do Dependente Químico (PADQ) conta com uma equipe multidisciplinar de psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais que prestam apoio e auxílio aos servidores com alguma dependência química e oferecem suporte aos familiares dos servidores que participam do Programa. Com a sua regulamentação por Decreto, ele passa a ter normas e diretrizes e a ser reconhecido como uma política de Estado.
O programa foi desenvolvido pela Secretaria de Economia como forma de prevenção e assistência àqueles que apresentam algum problema relacionado ao uso e à dependência de álcool ou qualquer outra substância aditiva. O acesso ao PADQ se dá via SEI, por demanda espontânea e encaminhamento interno.
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