Com incremento na produção do cereal previsto em 161,5%, Estado deve alcançar quarto lugar no país, com 241,6 mil toneladas produzidas, segundo a Conab
Enquanto a expectativa para a safra de grãos 2020/2021 aponta produção de 27,5 milhões de toneladas em Goiás, uma cultura, especificamente, tem ganhado atenção de produtores e sido alvo de investimentos no Estado: o trigo. Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta quinta-feira (11/02), no 5º Levantamento da Safra de Grãos 2020/2021, apontam que o cereal deve alcançar produção de 241,6 mil toneladas, recorde na série histórica que coloca Goiás como quarto maior produtor nacional de trigo, atrás apenas de Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
O incremento esperado na produção de trigo em Goiás é de 161,5% em relação à safra passada, que havia sido de 92,4 mil toneladas. Parte se deve à área plantada, que deve aumentar 211,7% (de 23,1 mil hectares para 72 mil hectares), e também ao desenvolvimento de variedades adaptadas ao Cerrado goiano.
Segundo a Conab, o plantio no Estado está previsto para março, especialmente de trigo sequeiro. Além disso, o grão vive um bom momento em decorrência da demanda de moinhos por matéria-prima, da expectativa de bons preços e da adaptação ao regime de chuvas do Cerrado.
Na avaliação do secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, o aumento do investimento de produtores no trigo mostra o alinhamento do setor agropecuário em Goiás com o setor industrial, de maneira atenta às demandas e ao mercado. “Sempre falamos da importância do setor agropecuário como base da economia goiana e brasileira e isso se dá não só pela produção, mas também pela indústria de alimentos, que agrega valor aos nossos produtos”, analisa.
Segundo o secretário, no caso do trigo, o mercado internacional aponta restrições na oferta de outros países, que exportam o grão para o Brasil, o que abre mais oportunidades para os produtores locais. “Além disso, o Governo de Goiás também estimula esse mercado”, salienta.
Conforme lembra o secretário, no último ano, o governador Ronaldo Caiado assinou protocolos de intenção, por meio da Secretaria de Indústria e Comércio (SIC), para instalação de indústrias no Estado, incluindo mais um moinho no município de Guapó, além dos já existentes no Estado. “Isso mostra que há mercado, oferta, demanda e oportunidade. O Governo de Goiás atua em diversas frentes para estimular a produção agrícola e industrial e isso gera emprego, renda e estimula o desenvolvimento econômico e social”, completa Antônio Carlos.
Outros grãos
O levantamento da Conab também aponta bons prognósticos para a produção de outras culturas no Estado como soja, milho segunda safra, girassol, feijão, arroz e sorgo, na safra 2020/2021.
A produção de soja, que deverá ter a colheita iniciada neste mês, deve ficar em 13,4 milhões de toneladas (aumento de 1,9% em relação à safra passada). Já o milho segunda safra, em que a produção se inicia na sucessão do cultivo de soja, deve alcançar 10,5 milhões de toneladas (aumento de 0,7%).
O girassol deve levar o Estado a uma produção de 34,1 mil toneladas (aumento de 3,6%). Com isso, Goiás ultrapassa Mato Grosso e passa a ocupar a primeira posição no ranking nacional.
A estimativa da produção total de feijão (primeira, segunda e terceira safras) no Estado deve alcançar 343 mil toneladas (aumento de 3,1%). Já a estimativa para o arroz é de alcançar 130,9 mil toneladas (aumento de 8,7%).
No caso do sorgo, cultura em que Goiás já detém a maior produção do país, a expectativa é colher 1,3 milhão de toneladas (aumento de 17,5% em relação à safra anterior).
IBGE
Também foi divulgado nesta quinta-feira, o Levantamento Sistemático da Produção Agropecuária (LSPA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao mês de janeiro. Nele, destacam-se o crescimento da produção de tomate, laranja e uva, em Goiás.
Segundo a publicação, o Estado continua sendo o maior produtor nacional de tomate e a estimativa é de produção de 1,15 milhão de toneladas (aumento de 9,1% em relação ao mesmo período do ano passado). Já a produção de laranja é prevista em 155,4 mil toneladas (aumento de 12,3%) e a da uva, 1,6 mil toneladas (aumento de 11%).
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