Cirurgias assistidas por robôs já correspondem a mais de 15% do total ao redor do mundo. Brasil ainda concentra pouco mais de 1% dos dispositivos
A cirurgia robótica é uma abordagem para intervenções médicas que vem ganhando cada vez mais espaço mundialmente e acaba de ganhar um novo reforço na unidade de Goiânia do Hospital Israelita Albert Einstein, que passou a usar a tecnologia em procedimentos uro-oncológicos em janeiro de 2022.
De acordo com um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, estima que os procedimentos assistidos por robôs já correspondem a mais de 15% do total mundial. Para o médico urologista Frederico Xavier, esse avanço é natural diante de seus benefícios. “Por ser minimamente invasiva e de menor duração, a cirurgia robótica permite que o paciente retome suas atividades diárias rapidamente”, explica.
Cirurgia robótica e seus benefícios
Embora o cenário ideal da medicina seja a prevenção para evitar a evolução de doenças, a falta de sintomas claros ou a ausência de acompanhamento especializado faz com que determinados quadros tenha a intervenção cirúrgica como a melhor opção. Nesses casos, o reforço da cirurgia robótica vem trazendo mais tranquilidade para os pacientes que precisam se submeter à remoção de tecidos sem maiores traumas.
De fato, um levantamento realizado em conjunto por médicos de diferentes universidades e hospitais brasileiros constatou que 80% dos cirurgiões do País que já utilizam esse recurso afirmaram que a experiência com o suporte de robôs foi positiva e contribuiu para um aprimoramento de suas técnicas.
Segundo Frederico, esse ganho de precisão serve tanto para tranquilizar os pacientes – mesmo em intervenções em regiões genitais, por exemplo – como para melhorar o prognóstico de conservação de órgãos, como é o caso da remoção de tumores cancerígenos nos rins. “O que o robô acrescenta na urologia são vantagens como a fineza nos movimentos e câmera 3D com aumento de imagem. Isso resulta em um procedimento com maiores possibilidade de preservação do rim”, destaca.
Um robô cirurgião?
Diante do crescimento do uso da cirurgia robótica – números mostram que mais de 5.500 unidades do console patenteado pela principal empresa no mercado já estão em uso no mundo –, o urologista Rodrigo Lima, que também é especialista no uso do suporte robótico, explica que é importante entender como funciona essa abordagem. “Não se trata de um robô capaz de operar um ser humano, mas de um equipamento de última geração controlado pelo cirurgião”, afirma.
Com isso, ele reforça que o médico responsável pelo procedimento opera por meio de um robô de quatro braços. Enquanto um dos braços guia uma câmera 3D via uma pequena incisão, os outros três são usadas para manusear os instrumentos cirúrgicos com precisão milimétrica. Além desse profissional, um segundo cirurgião participa do procedimento para qualquer eventualidade.
Por fim, com boa parte dos usos da tecnologia no Brasil ainda sendo destinados a cirurgias uro-oncológicas, Rodrigo Lima aponta a importância de tornar esse tratamento mais conhecido e acessível. “Além de ser mais rápida, a cirurgia robótica tem menos sangramento, menos dor e menos complicação pós-operatória. Isso faz com que a intervenção seja menos traumática para o paciente tanto no aspecto físico como emocional”, conclui.
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