Gastos milionários de Lula em publicidade é a estratégia para mascarar um governo em crise

Aumento de despesas com propaganda do governo Lula reflete tentativa de reverter desaprovação recorde em meio a críticas

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem elevado significativamente os investimentos em publicidade, com projeções que apontam para gastos na casa dos bilhões de reais em 2025. Segundo dados recentes, o montante pode alcançar R$ 3,5 bilhões em contratos, incluindo licitações como a dos Correios, que abriu concorrência para R$ 380 milhões após anos sem investir no setor. Para críticos, essa escalada reflete uma tentativa desesperada de melhorar a imagem de uma gestão marcada por queda de popularidade e acusações de ineficiência. Mas seria esse o único motivo por trás dos números?

A pesquisa CNT/MDA de fevereiro de 2025 revelou que a desaprovação de Lula atingiu 55%, enquanto a aprovação caiu para 40%, um tombo de 10 pontos em poucos meses. Esse cenário, pior que o registrado pela Paraná Pesquisas semanas antes, coincide com o aumento das verbas publicitárias. O governo justifica os gastos como necessários para “informar a população” sobre programas sociais e competir no mercado, mas a narrativa não convence opositores. Eles argumentam que, em vez de resolver problemas como inflação alta e promessas não cumpridas, Lula prefere inundar TVs, rádios e redes sociais com propagandas que exaltam feitos já existentes, como o Bolsa-Família e o Farmácia Popular.

O histórico de Lula reforça essa crítica. Durante seus mandatos anteriores, os gastos com publicidade sempre foram uma marca, mas o contexto atual — com inflação em 4,96% e insatisfação crescente — dá um tom diferente à estratégia. Em 2023, a previsão inicial era de R$ 359 milhões; para 2026, ano eleitoral, já se fala em R$ 647 milhões. Agora, com R$ 3,5 bilhões em jogo, a cifra impressiona e levanta suspeitas de que o Planalto esteja mais preocupado em “maquiar” a gestão do que em entregar resultados concretos. “Quanto pior o governo, mais se gasta em propaganda”, ecoam vozes, citando o exemplo de Dilma Rousseff, que teria investido R$ 2 bilhões em publicidade em momentos de crise.

Por outro lado, o governo tem aliados que defendem os gastos como parte de uma comunicação essencial em uma democracia. Programas como o Pé-de-Meia, que promete R$ 1 mil a estudantes aprovados e R$ 200 aos que fazem o Enem, precisam ser divulgados para alcançar o público-alvo, argumentam. A licitação dos Correios, por exemplo, é vista como uma forma de modernizar a estatal e competir com empresas privadas. Ainda assim, a velocidade e o volume dos investimentos — em um momento em que a população sente o peso da alta dos alimentos — alimentam o discurso de que o dinheiro público está sendo usado mais para autopromoção do que para o bem comum.

O contraste com o governo Bolsonaro, que gastou menos em publicidade proporcionalmente, é outro ponto levantado por críticos. Lula pagou à Globo quase o mesmo que Bolsonaro em quatro anos, mas em bem menos tempo, sugerindo uma priorização de imagem sobre gestão. Seja estratégia eleitoral para 2026 ou tentativa de reverter o “derretimento” da popularidade, o fato é que os bilhões em publicidade não silenciam as ruas — e o julgamento final virá das urnas.

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