Padre Egídio de Carvalho Neto é acusado de estelionato envolvendo doações de uma médica de 76 anos
Da Redação
O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, apresentou à Justiça a quarta denúncia relativa à Operação Indignus, que investiga desvios milionários no Hospital Padre Zé e outras instituições. O padre Egídio de Carvalho Neto foi denunciado por estelionato, e a ação foi recebida pelo juiz Wolfram da Cunha Ramos no dia 18 deste mês.
Segundo a denúncia, o padre teria ludibriado uma médica de 76 anos, que doou R$ 530 mil ao Hospital Padre Zé. A médica, que trabalhou por anos na instituição, procurou Egídio para doar os recursos à igreja católica. No entanto, foi convencida pelo religioso a fazer a doação diretamente ao hospital, sem passar pelo arcebispo da Paraíba, Dom Delson. Em troca, a médica foi homenageada com a colocação de seu nome em um dos setores da unidade. A transferência do dinheiro ocorreu em 4 de abril de 2022.
Além disso, o ex-diretor da instituição solicitou um empréstimo de R$ 100 mil à idosa, que foi transferido no dia 6 de maio de 2022. De acordo com o Gaeco, os valores recebidos foram posteriormente transferidos das contas das instituições dirigidas por Egídio para contas do próprio religioso e de ex-diretoras. Dos R$ 530 mil doados, R$ 509 mil teriam sido desviados, enquanto metade dos R$ 100 mil obtidos por empréstimo foi direcionada para Egídio.
A denúncia do Ministério Público aponta danos materiais de R$ 630 mil e um dano coletivo de R$ 1 milhão. O religioso já foi denunciado anteriormente pelo sumiço de aparelhos celulares e por outras ações relacionadas à compra e aluguel de um veículo para uma ex-diretora e à aquisição de monitores hospitalares.
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