Fugitivos de Penitenciária Federal de Mossoró fazem família refém antes de continuar fuga

Criminosos invadiram uma residência localizada a cerca de 15 km da prisão, onde solicitaram comida e roubaram um celular antes de partir

Da Redação

Mossoró, 17 de fevereiro de 2024 – Na noite de sexta-feira (16), dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) teriam feito uma família refém por aproximadamente quatro horas, segundo fontes. Os criminosos invadiram uma residência localizada a cerca de 15 km da prisão, onde solicitaram comida e roubaram um celular antes de partir.

Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, conhecido como “Tatu”, e Deibson Cabral Nascimento, apelidado de “Deisinho”, ligados ao Comando Vermelho. Mais de 300 agentes estão envolvidos na busca pelos fugitivos, que se encontram sujos e vestindo parte do uniforme da penitenciária.

Na sexta-feira, foram descobertas pistas adicionais sobre o paradeiro dos fugitivos, incluindo pegadas, calçados, roupas, lençóis e uma corda, além de uma camiseta do uniforme da penitenciária, em uma área de mata. A fuga marca o primeiro incidente do tipo desde a implementação do Sistema Penitenciário Federal no Brasil, em 2006.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, apontou que uma série de fatores contribuiu para a fuga, incluindo falhas na construção da estrutura prisional e problemas no funcionamento de câmeras e lâmpadas. A fuga teria sido facilitada pelo fato de ocorrer na transição do Carnaval, quando as pessoas estão mais relaxadas.

Os fugitivos escaparam através de uma luminária na parede lateral de uma cela, escalaram um shaft até o teto da prisão e conseguiram atravessar uma grade metálica para o lado de fora. Eles utilizaram ferramentas obtidas durante a reforma da unidade prisional para abrir caminho e cortar as grades de segurança.

A penitenciária de Mossoró tem celas individuais equipadas com dormitório, sanitário, pia, chuveiro, mesa e assento, mas não conta com tomadas nem equipamentos eletrônicos. Os presos que são transferidos para o sistema penitenciário federal passam por um período de inclusão durante o qual recebem orientações e são avaliados quanto à sua saúde e documentação pessoal.

Após esse período, eles são alocados em celas individuais e seguem uma rotina estruturada que inclui atendimentos de saúde, educacionais, jurídicos, visitas restritas e banho de sol. As atividades educacionais abrangem desde a alfabetização até o ensino médio e profissionalizante, supervisionadas por pedagogos.

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