Governador da Paraíba rejeita reaproximação com senador Veneziano e descarta diálogo com deputado Romero Rodrigues para eleições de 2026, apesar de proclamar a importância do diálogo para a democracia
No cenário político da Paraíba, o governador João Azevêdo (PSB) parece enfrentar um dilema de coerência entre suas proclamações sobre a democracia e suas práticas de relacionamento político. Durante o lançamento do ciclo 2022 das audiências públicas regionais do Orçamento Democrático Estadual (ODE), Azevêdo afirmou a importância do diálogo para a manutenção da democracia com a frase: “Sem diálogo não há Democracia”. No entanto, sua postura recente sugere um contraste com essas palavras.
Em entrevista recente, João Azevêdo rechaçou veementemente a possibilidade de reaproximação com o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), um antigo aliado que atualmente se posiciona na oposição ao seu governo. Azevêdo indicou que não vê caminho de volta para a cooperação com Veneziano, citando eventos como a “confraternização” de líderes oposicionistas como sinal de uma ruptura definitiva. Esta declaração ocorre em um contexto onde havia especulações de que o presidente Lula (PT) poderia mediar uma reconciliação entre os dois, ambos considerados próximos ao petista.
Além disso, o governador descartou qualquer possibilidade de dialogar com o deputado federal Romero Rodrigues (Podemos) sobre cenários e composições para as eleições de 2026. Azevêdo recordou de duas tentativas anteriores de aproximação onde Rodrigues prometeu aderir ao bloco de situação, mas acabou recuando, levando o governador a afirmar que não haverá uma terceira oportunidade para esse diálogo.
A contradição entre a retórica de Azevêdo sobre a necessidade do diálogo democrático e sua atitude prática pode ser interpretada de várias maneiras. Por um lado, pode ser vista como uma evidência da complexidade das relações políticas, onde a prática nem sempre segue a teoria. Por outro lado, críticos podem apontar para uma falha na consistência do discurso do governador, sugerindo que a “democracia” pode ser um termo convenientemente flexível para os seus propósitos políticos.
A situação coloca João Azevêdo em uma posição delicada, onde suas ações futuras serão observadas não apenas pela coerência com seu discurso, mas também pela habilidade de navegar pela política paraibana sem perder a credibilidade entre seus eleitores e aliados. Com as eleições de 2026 no horizonte, a capacidade de Azevêdo de manter ou recuperar pontes com figuras políticas importantes como Veneziano e Romero será importante, independentemente das palavras ditas sobre a democracia.
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