*Por Mariana Gonzalez
Ser sócio de grandes empresas nunca fez parte da cultura de investimentos do brasileiro, por isso temos um pequeno número de investidores que dependem desse tipo de aplicação. Diferente dos Estados Unidos, onde a poupança das famílias é realizada basicamente em ações.
Mas essa cultura estava mudando e estávamos presenciando um grande movimento de migração de investidores para bolsa de valores brasileira. Os chamados órfãos do CDI perderam o conforto da alta rentabilidade na renda fixa com a SELIC em queda livre e resolveram desbravar o mundo oscilante da renda variável afim de buscar maiores retornos para seus investimentos. Eles haviam recém chegado para a “festa do Ibosvespa” e foram surpreendidos com alarme de incêndio.
A forte queda do índice devido a pandemia do COVID19 gerou um grande pânico geral e histeria. Muitos investidores inexperientes não suportaram o impacto negativo em suas carteiras e realizaram o prejuízo. E para os corajosos que ficaram, o que fazer? Se você ainda não saiu vendendo tudo a preço de banana, agora mais do que nunca é preciso ter cautela, pois a cada dia a neblina está baixando e deixando evidente qual é a real situação.
Não adianta agora correr para fazer um “seguro” através de operações com dólar, ouro ou índice. Essas estratégias, em momentos de alta volatilidade como estamos, sairão muito caras e serão ineficazes por conta disso.
A recuperação não se dará de forma homogênea entre os setores. Por isso, faça uma análise criteriosa da sua carteira e considere trocar os ativos duvidosos por aqueles de companhias mais promissoras para a retomada da economia.
E da mesma forma, a recuperação dos países também será desigual. Os EUA terão uma retomada mais forte, com muito mais incentivos fiscais e monetários do que o Brasil, por exemplo. Incluir ativos globais tende a conferir maior equilíbrio e potencial de retorno as carteiras. Atualmente, existem fundos de investimento atrelados ao S&P acessíveis a qualquer investidor.
Mesmo que todos os ventos estejam soprando a favor, lembre-se das lições do maior analista de risco da história, Nassim N. Taleb: não se iluda pelo acaso e nunca aposte todas as suas fichas na mesma casa. Uma diversificação bem estruturada reduz a correlação entre os produtos e confere, além de uma melhor rentabilidade no médio e longo prazos, uma barreira de proteção.
*Mariana Gonzalez é coordenadora do curso Investindo do Zero no ISAE Escola de Negócios (www.isaebrasil.com.br).
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