Especialistas destacam a importância de vivenciar o luto e oferecem orientações sobre como lidar com a perda
Da Redação
João Pessoa, 02 de novembro de 2023 – O Dia de Finados, celebrado em 2 de novembro, é um momento de resgatar memórias felizes e, ao mesmo tempo, lidar com a dor do luto. Especialistas apontam que o luto é uma reação normal e esperada diante da perda de algo ou alguém significativo, mas que pode desencadear uma série de sentimentos, afetar o corpo e, em alguns casos, requerer ajuda profissional.
A psicóloga Natalya Vasconcelos, especialista em saúde e cuidados paliativos, destaca que o luto é um período de grande sofrimento, mas é fundamental para a saúde mental. É na vivência do luto que se encontra a possibilidade de adaptação à nova realidade na ausência da pessoa amada. No entanto, o luto prolongado ou desproporcional pode comprometer a funcionalidade da pessoa e até desencadear outros transtornos, como a depressão e o estresse pós-traumático.
A médica psiquiatra Vanessa Gomes ressalta que o luto pode afetar fisicamente o corpo, desencadeando respostas de estresse, como aumento da frequência cardíaca, boca seca e tremores. Quando a vida da pessoa enlutada passa a girar em torno da morte do ente querido, é sinal de que é hora de buscar ajuda. A pessoa pode perder o interesse por atividades que antes lhe davam prazer e ter dúvidas sobre sua própria identidade.
Natalya Vasconcelos enfatiza que a família e os amigos desempenham um papel fundamental nesse período. Oferecer ajuda prática, como preparar refeições ou resolver tarefas do dia a dia, pode ser mais útil do que discursos. Escutar a pessoa que está em luto, sem repreendê-la por sua dor, é uma maneira valiosa de demonstrar respeito.
A especialista em saúde mental observa que é comum que o luto desencadeie sentimentos como tristeza, raiva, ansiedade, saudades, culpa, fadiga, alívio, desamparo, solidão e choque, além de sensações físicas como fraqueza muscular e falta de energia. Os comportamentos frequentes incluem choro, hiperatividade, busca pela pessoa que se foi e evitação de lembranças.
Quanto à cognição, o luto pode levar a quadros de alucinações, sensação da presença da pessoa, preocupação, confusão e descrença.
Vanessa Gomes sugere que, para demonstrar respeito a alguém enlutado, é importante permitir que a pessoa chore o quanto precisar, evitar dizer que ela deve ser forte ou seguir em frente, e não comparar sua própria experiência de perda. Cada perda é única, e não existe um jeito certo ou errado de sofrer.
Em João Pessoa, dependendo do grau de sofrimento causado pelo luto, a população pode buscar ajuda de profissionais nas Unidades de Saúde da Família, nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) ou no Pronto Atendimento em Saúde Mental (Pasm) para receber atendimento médico e psicológico.
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