Escândalo no Trauminha: Mais de 20 servidores exonerados por suspeita de assédio a pacientes

(Foto: Dayse Euzéio)

Investigação interna revela esquema de transferência indevida para hospitais privados mediante pagamento

O Complexo Hospitalar de Mangabeira, conhecido como Trauminha, vem enfrentando um escândalo que resultou na exoneração de mais de 20 servidores no período de um ano e meio. As demissões estão relacionadas a suspeitas de assédio a pacientes para que estes fossem transferidos para hospitais particulares e, assim, pagassem por serviços que teriam direito de graça. O diretor do Trauminha, o médico Alexandre César da Cruz, confirmou a informação e afirmou que a fiscalização permanece, podendo resultar em outras exonerações.

Segundo Alexandre César, as demissões ocorreram apenas quando a participação dos servidores no esquema irregular foi comprovada, mas outras denúncias ainda estão sendo apuradas. O esquema consistia em abordar pacientes internados no hospital que aguardavam procedimentos cirúrgicos e informá-los falsamente de que o hospital estava sem equipamentos, atrasando a realização da cirurgia. Em seguida, esses servidores indicavam locais para a realização da cirurgia, mediante pagamento.

“Alguns pacientes pediam alta sem realizar a cirurgia e se transferiam para outras unidades. Isso nos chamou atenção e descobrimos que muitos deles eram assediados”, explicou o diretor.

Foram afastados maqueiros e pessoas da recepção, e embora haja uma denúncia contra um médico, ela ainda está sendo apurada e nenhum médico foi afastado até o momento.

O Conselho Regional de Medicina da Paraíba informou que não recebeu denúncias contra médicos, mas enfatizou que esse tipo de assédio é crime e que todas as pessoas têm direito a acesso gratuito à saúde pelo SUS. Em caso de denúncias, a entidade irá abrir sindicâncias e processos administrativos para investigação de cada caso. O diretor do Trauminha orientou a população a procurar as autoridades em caso de irregularidades, registrando um boletim de ocorrência na Polícia Civil e buscando o próprio hospital para tomar as medidas cabíveis.

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