Eleições 2024: rejeição de empréstimo em Campina Grande é mais politicagem do que prudência

Câmara de Campina Grande vota contra o pedido de empréstimo de R$ 61,7 milhões do prefeito Bruno Cunha Lima, para renovação da frota do transporte público

Na política municipal de Campina Grande, um pedido de empréstimo de R$ 61,7 milhões proposto pelo prefeito Bruno Cunha Lima (União) foi rejeitado pela Câmara Municipal nesta segunda-feira (1º), numa sessão que reflete as tensões políticas intensificadas pelo contexto eleitoral. O empréstimo, que seria contratado junto à Caixa Econômica Federal, tinha como objetivo primordial a renovação da frota do sistema de transporte público coletivo da cidade, um projeto alinhado com iniciativas federais do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

A rejeição, com 12 votos contrários, pode ser interpretada sob duas óticas principais: como um movimento de prudência fiscal ou como um jogo político. A oposição, liderada pela vereadora Jô Oliveira (PCdoB), justificou o voto contrário pela falta de detalhes no projeto, que descreveu como insuficiente em transparência e especificidade. Oliveira argumentou que sem clareza sobre a aplicação específica dos recursos, a aprovação do empréstimo seria equivalente a conceder um “cheque em branco” para a administração municipal.

Esta decisão ocorre num contexto onde o prefeito Bruno Cunha Lima já havia conseguido aprovação para outros empréstimos significativos, destinados a uma variedade de projetos de infraestrutura e revitalização na cidade. As somas anteriormente autorizadas incluem US$ 52 milhões do Fonplata e R$ 40 milhões do Banco do Brasil, destinados a melhorias urbanas e ambientais significativas.

Vitor Ribeiro, superintendente de Transporte e Trânsito de Campina Grande, expressou sua decepção com a decisão, destacando a oportunidade perdida de alinhar a cidade com as iniciativas de renovação de frota promovidas pelo Governo Federal. Segundo Ribeiro, o empréstimo visava não apenas melhorias administrativas, mas também proporcionar maior conforto e eficiência para os usuários do transporte público.

Esta rejeição levanta questões importantes sobre o equilíbrio entre a necessidade de progresso e desenvolvimento urbano e a responsabilidade fiscal e transparência exigida pelos representantes eleitos. Em última análise, a decisão da Câmara Municipal ressalta a complexidade do jogo político em Campina Grande, especialmente em um ano eleitoral, onde cada decisão pode ter implicações significativas para a futura configuração política da cidade.

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