Pesquisas indicam que 50% das pessoas com mais de 50 anos possuem pelo menos 1 nódulo de tireoide e esta taxa aumenta conforme o avançar da idade
Nódulos na tireoide são um dos diagnósticos mais comuns que muitas pessoas irão encontrar na vida. Estima-se que até um terço das mulheres adultas apresentem este diagnóstico. Além disso, o risco de se ter um nódulo de tireoide aumenta com o passar dos anos, principalmente a partir dos 50 anos. Há pesquisas que indicam que 50% das pessoas com mais de 50 anos possuem pelo menos 1 nódulo de tireoide e esta taxa aumenta conforme o avançar da idade.
É importante, contudo, dizer que ter um nódulo tireoideano não é necessariamente uma doença grave, porém ele deve ser avaliado e acompanhado por um médico, comenta o especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço e em Doenças da Tireoide e Paratireoide da Alira Medicina Clínica, Jorge Kim. “Os nódulos da tireoide são lesões geralmente arredondadas que surgem dentro desta glândula, podendo ser causados por várias condições. Na maioria dos casos, este nódulo é benigno e pode não trazer maiores complicações para a pessoa”, explica o médico. Menos de 5% dos nódulos identificados são de natureza maligna, ou seja, câncer. Para este diagnóstico, o exame mais adequado é a biópsia, conhecida por Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF), na qual o cito-patologista pode averiguar o material aspirado para elucidação diagnóstica.
Apesar de todo avanço da medicina, há muitos casos em que o resultado da PAAF apresenta laudo inconclusivo, isto é, não é possível de se concluir se é benigno ou maligno. Nestes casos, o que fazer?
Nestas situações, Kim adverte que o diagnóstico inconclusivo ou “padrão folicular” – como é denominado este tipo de laudo – precisa ser analisado individualmente. “Não há uma regra única que sirva para todas as situações. Há circunstâncias em que o médico pode indicar a cirurgia de retirada dos nódulos; em outras ocasiões, um simples acompanhamento pode ser o melhor tratamento. Tudo irá depender de diversos fatores avaliados pelo médico. Alguns fatores analisados são: histórico familiar do paciente sobre problemas na tireoide e ocorrência de câncer, sinais e sintomas, os aspectos dos nódulos e das células analisadas na PAAF”, esclarece o especialista.
Atualmente, há testes moleculares que são realizados nos materiais colhidos nas PAAFs. Trata-se de uma série de reações com alguns marcadores que formam um painel final a ser interpretado pelo cito-patologista. Estes testes reforçam a chance do resultado ser mais favorável à benignidade ou malignidade. “Desta forma, nas situações em que o médico possui dúvidas em relação à indicação de tratamento ou se o paciente também possui questionamentos e incertezas, estes testes podem ser realizados a fim de direcionar a conduta final”, avalia Kim. “Mesmo assim, cada caso deve ser avaliado individualmente. É importante também ressaltar que estes testes moleculares possuem ainda um custo elevado e não são disponíveis em larga escala; portanto, eles devem ser realizados para casos bem selecionados”, complementa. O essencial é nunca deixar de consultar o médico e seguir corretamente as suas instruções.
*Dr. Jorge Kim é especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço e em Doenças da Tireoide e Paratireoide. Possui Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) e atualmente é membro da equipe da Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP HC-FMUSP).
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