Pesquisa do Ieps destaca sucesso distrital na conversão de equipes da atenção primária para o modelo nacional que prioriza as famílias em vulnerabilidade social
Pesquisa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps) destacou o modelo do Distrito Federal como o de maior sucesso do país na conversão de equipes da Atenção Primária à Saúde para a Estratégia Saúde da Família.
Isso significa que o DF tem apresentado os melhores resultados ao sair do modelo tradicional, com as especialidades médicas nas unidades básicas de saúde (UBSs), para a equipe da Saúde da Família, composta por médico de família, enfermeiro, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde.
“O Distrito Federal converteu todas as suas equipes em saúde da família. Por isso, é tratado como o caso de maior sucesso, porque a gente não fez só parcialmente”Adriano de Oliveira, coordenador substituto de Atenção Primária à Saúde do DF
O estudo, publicado em 28 de novembro deste ano, defende a expansão da Estratégia Saúde da Família e apresenta projeções nacionais de profissionais e de infraestrutura física para ampliar o modelo a todo o país. “Na prática, a conversão de equipes demanda planejamento, tempo, investimento e treinamento de pessoal. Utilizamos como limite superior o caso de maior sucesso de conversão: o de Brasília”, conforme consta na pesquisa.
Para o diretor da Estratégia de Saúde da Família da Secretaria de Saúde do DF, José Eudes Barroso Vieira, o modelo traz melhoria do acesso e do primeiro contato da população aos serviços de saúde. “Permite o acompanhamento de todo o cuidado, agregando mecanismos de identificação das famílias com maior nível de vulnerabilidade social”, justifica.
“O Distrito Federal converteu todas as suas equipes em saúde da família. Por isso, é tratado como o caso de maior sucesso, porque a gente não fez só parcialmente”, afirma o coordenador substituto de Atenção Primária à Saúde do DF, Adriano de Oliveira. “A gente fez isso radicalmente com todas as equipes que tínhamos naquele momento, transformando-as em estrategista da família. Tudo isso é elogiado e enaltecido nesse estudo”, completa.
Estado ou município
O Distrito Federal tem características singulares em comparação às outras unidades da Federação, já que apresenta aspectos de estado e de município. “O nosso dado percentual de estratégia e de atenção à saúde é único em relação aos demais”, explica o coordenador substituto, Adriano Oliveira. O profissional questiona o indicador da cobertura populacional apresentada na pesquisa que compara o DF ao restante do país.
“Em um estado como o Amapá, por exemplo, que tem 16 municípios, soma-se o percentual de cada um e divide pelo total para se ter a média”, afirma. “Isso faz com que um município pequeno com cobertura completa levante os dados daquele estado e não os classifique como reais em termos de comparação”, detalha Adriano.
Atualmente, o DF tem cerca de 2 milhões de pessoas cadastradas por equipes da Estratégia Saúde da Família. Em cinco anos, o número de pessoas cadastradas ficou quase nove vezes maior: eram 223.908 no início de 2018. A marca recorde foi possível graças ao investimento na contratação de servidores públicos: no mesmo período, saltou de 300 para 615 a quantidade de equipes voltadas para o acompanhamento da população, sendo 598 credenciadas no Ministério da Saúde.
Comparação com capitais
Devido às particularidades do Distrito Federal, o especialista ressalta que a comparação ideal do DF deve ser feita com as capitais dos estados. Desta forma, de acordo com os dados do Ministério da Saúde, o DF está à frente de dez capitais nos índices de cobertura de saúde da família. São elas: Belém, Goiânia, Macapá, Maceió, Natal, Porto Velho, Recife, Salvador, São Luís e São Paulo.
A rede de serviços de Atenção Primária à Saúde no DF é composta por 174 unidades básicas de saúde, sendo que 13 fazem horário estendido até as 22h e cerca de 30 delas têm funcionamento especial aos sábados.
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