Disputa política intensa entre grupos envolve Banco do Nordeste e recursos milionários em ano de eleições

Administração de vultosos recursos públicos torna o banco alvo de acirrada disputa entre PT e PL

Da Redação

O Banco do Nordeste, instituição responsável por gerenciar vultosos recursos públicos, interesses econômicos e programas sociais na região mais carente do país, encontra-se no epicentro de uma intensa disputa política entre o PT e o PL. Com a responsabilidade de administrar cerca de 37,8 bilhões de reais até o final de 2024, o banco tornou-se um ativo de enorme valor político, especialmente em ano eleitoral.

A indicação do ex-governador Paulo Câmara pelo ex-presidente Lula para presidir o banco intensificou a disputa pelo seu controle interno. Uma empresa privada contratada pelo Banco do Nordeste para analisar os pedidos de empréstimo tornou-se o centro desse embate. Desde o governo Bolsonaro, o deputado Júnior Mano (PL-CE) exercia influência sobre essa empresa, indiretamente determinando quem seriam os beneficiários dos empréstimos.

Em dezembro passado, Paulo Câmara tentou substituir o diretor da empresa, ligado a Júnior Mano, por um técnico associado ao deputado José Guimarães (PT-CE), porém a mudança foi rejeitada pelo conselho de administração do banco. Guimarães acusou o ministro Alexandre Padilha, do PT, de influenciar essa rejeição em acordo com Júnior Mano para manter o controle sobre a empresa em troca de apoio político ao governo.

Essa parceria político-comercial gerou controvérsias, com o presidente Bolsonaro acusando a empresa anteriormente responsável pela gestão das linhas de crédito do Banco do Nordeste de ser uma “ONG petista”. O contrato com essa empresa foi encerrado e substituído pela Camed, também alvo de suspeitas de favorecimento político. O Tribunal de Contas da União foi acionado para investigar o caso.

Diante dessas suspeitas, Paulo Câmara estuda realizar uma licitação para escolher uma nova empresa para gerir as linhas de crédito. No entanto, para os envolvidos, como Júnior Mano, José Guimarães e outros interessados, o que importa é continuar influenciando quem terá controle sobre o cofre do Banco do Nordeste.

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