Por Ricardo Faria
O processo de impeachment que está em curso no país, nada mais é do que o triste resultado de um conjunto de erros cometidos pela presidente Dilma Rousseff e sua equipe. Não entremos na discussão se é ou não golpe, a analise a ser feita e a que cabe a nós, é a de buscar respostas que preencham as lacunas deixadas durante todos os momentos.
Ao ser acusada de “crime de responsabilidade fiscal” por “pedaladas fiscais”, ficou escancarado que erros graves na administração foram cometidos. Aumento do desemprego, alta da inflação e a perca de credibilidade junto ao mercado financeiro, abalaram as estruturas de um governo bombardeado pela Lava Jato. Diante disso, o agravamento do quadro econômico refletiu na frágil estrutura política brasileira.
A presidente viu-se abandonada por grande parte do PT. Mesmo que aqueles mais apaixonados neguem, a relação entre Dilma e os grandes caciques, seus companheiros de partido, já não era a mesma há muito tempo. Dilma segurava-se na força que o ex-presidente Lula ainda detém, e fazia questão de demonstrar, principalmente em aparições públicas.
Outro erro fatal cometido pela presidente afastada foi ao não manter um diálogo mais próximo com quem de fato sustenta o seu mandato, o Congresso Nacional. Não existe governo sem base de apoio, apoio esse que Dilma foi perdendo ao longo dos últimos tempos. E nenhum governo consegue estabilidade sem estar alinhado ao parlamento. Faltou a sensibilidade necessária na articulação entre o Planalto e o Congresso Nacional.
Com a expressiva votação pelo seu afastamento por até 180 dias no Senado, ficam quase nulas as chances de ocorra uma reviravolta. Ainda há luta, inglória, dura, porém valorosa, mas é fato que a recondução ao cargo é algo impensável no atual cenário político. Dilma caiu por incompetência política e administrativa. Dilma fracassou na administração e na política.
- Ricardo Faria é jornalista, analista político e assessor parlamentar
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