Correios planejam corte de R$ 1,5 bilhão após prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, mas mantém patrocínios

Estatal mantém patrocínio de R$ 4 milhões à turnê de Gilberto Gil, mas anuncia medidas que afetam servidores, como plano de demissão voluntária

Da Redação

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos anunciou, em 12 de maio de 2025, um plano de corte de despesas de R$ 1,5 bilhão para 2025, após registrar um prejuízo recorde de R$ 2,6 bilhões em 2024, o maior desde 2016, segundo balanço publicado no Diário Oficial da União. O déficit, quatro vezes maior que os R$ 633 milhões de 2023, foi atribuído à queda de R$ 531 milhões nas receitas internacionais, impactadas pela “taxa das blusinhas”, e ao aumento de R$ 1,8 bilhão nos custos operacionais, que alcançaram R$ 24,1 bilhões.

Entre as medidas, está a implementação de um plano de demissão voluntária (PDV), a revisão da estrutura da sede e a otimização de processos, mas os Correios enfrentam críticas por manter o patrocínio de R$ 4 milhões à turnê “Tempo Rei” de Gilberto Gil, iniciado em março de 2024. O contrato, que gerou indignação entre servidores, foi defendido pela estatal como parte de uma estratégia para “reposicionar a marca”, com expectativa de atingir 800 mil pessoas em shows no Brasil, Europa e EUA.

Os custos com pessoal subiram de R$ 9,6 bilhões em 2023 para R$ 10,3 bilhões em 2024, devido ao Acordo Coletivo de Trabalho (R$ 550 milhões) e ao reajuste do vale-alimentação (R$ 41 milhões). Servidores relatam dificuldades, como a suspensão do plano de saúde por falta de pagamento e atrasos no repasse ao FGTS, o que intensificou a revolta com gastos em patrocínios, que somaram R$ 38,4 milhões em 2024, incluindo R$ 6 milhões para o Lollapalooza.

A estatal, que investiu R$ 830 milhões em modernização em 2024, como renovação da frota, também assumiu uma dívida de R$ 7,6 bilhões para cobrir o rombo do fundo de pensão Postalis, com pagamentos mensais de R$ 33 milhões. Apesar do cenário, os Correios planejam captar R$ 3,8 bilhões do Banco do Brics e lançar um marketplace próprio para reverter o déficit. A gestão atribui parte do prejuízo à herança da administração Bolsonaro, que teria priorizado a privatização.

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