Otimismo disseminado entre as empresas de todos os portes se deve à melhoria da economia e dos próprios negócios, aponta gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) cresceu em 27 dos 29 setores da indústria no mês de setembro. O ICEI setorial avançou nas cinco regiões do país e entre as pequenas, médias e grandes empresas, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo o levantamento, é a primeira vez desde fevereiro de 2020 que todos os setores analisados avaliam de maneira positiva ou neutra as condições atuais da economia brasileira, na comparação com os seis meses anteriores. Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, comenta o resultado.
“Essa confiança alta e disseminada entre todos os setores é bastante importante. Empresários confiantes tendem a aumentar produção, contratação e investimento, o que não acontece quando há uma confiança menor. Importante também que essa confiança está calcada não apenas nas expectativas, mas também na avaliação das condições correntes de negócios, o que é um passo ainda mais importante na direção dessa alta da atividade industrial como um todo”, destaca.
Setores
Apenas nos setores de biocombustíveis (- 2,1 pontos) e veículos automotores (- 1,2 ponto) houve queda da confiança. Mesmo assim, eles permanecem confiantes, já que estão acima da linha divisória de 50 pontos.
Segundo a CNI, os empresários de quatro setores industriais (impressão e reprodução de gravações, metalurgia, biocombustíveis e móveis) que avaliaram que a economia estava piorando em agosto mudaram de opinião. Para eles, as condições atuais se mantiveram estáveis ou melhoraram.
Os empresários mais confiantes estão nos setores de impressão e reprodução de gravações (66,6 pontos); produtos de metal (65,4 pontos); produtos diversos (65,2 pontos), e couros e artefatos de couro (64,9 pontos).
Região geográfica e porte de empresa
No recorte por regiões do Brasil, o aumento do ICEI na passagem entre agosto e setembro foi mais expressivo no Sudeste, onde cresceu 3,6 pontos; e no Sul, com alta de 3 pontos. No Centro-Oeste, Norte e Nordeste, a confiança também cresceu: 2,9 pontos, 1,7 ponto e 1,4 ponto, respectivamente.
Também houve avanço da confiança setorial entre as indústrias de todos os portes. A confiança entre as empresas de pequeno porte cresceu 3,1 pontos, enquanto as médias registraram alta de 2,4 pontos e as grandes empresas de 2,8 pontos.
“A confiança aumentou nessa passagem de agosto para setembro muito pela avaliação dos empresários em relação aos seus negócios e à economia brasileira, na comparação com os últimos seis meses. Ou seja, os empresários percebem uma melhora tanto na economia quanto nos seus negócios. Também houve uma melhora nas expectativas para os próximos seis meses, que também ajudou a aumentar a confiança de um modo geral”, avalia Azevedo.
Amostra
A pesquisa foi realizada entre 1 e 12 de setembro junto a 2.171 indústrias.
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