Como atualizar as estruturas de redes corporativas em um mundo ávido por conectividade

Para atender à demanda crescente por conexões mais rápidas, empresas investem na infraestrutura de switching Ethernet e aceleram a adoção de plataformas de 100GbE

Marcelo Oliveira

Com o enorme volume de dados que é produzido todos os dias (estima-se, por exemplo, que a cada minuto, mais de 500 horas de vídeo são publicadas no YouTube, cerca de 200 milhões de e-mails são enviados e 2,1 milhão de fotos são postadas no Snapchat) e o número cada vez maior de dispositivos conectados à Internet das Coisas (segundo dados da 5G Américas este ano atingiremos 20 bilhões de dispositivos de IoT) as redes que suportam toda essa conectividade enfrentam um momento de forte demanda e necessidade de evolução.  Os responsáveis pela área de TI nas empresas precisam entregar um ambiente adequado para o cenário atual, mas também preparado para o futuro. 

É cada vez maior a necessidade de largura de banda, cenário acentuado por um mundo com uma explosão de videoconferências, tendência que ganhou maior fôlego nos últimos meses, impulsionada pelo isolamento social. Segundo dados divulgados pelo instituto de pesquisas Gartner, os gastos mundiais em soluções de videoconferência baseadas em nuvem devem crescer quase 25% em 2020, atingindo US$ 4,1 bilhões, contra os US$ 3,3 bilhões registrados no ano anterior. E a estimativa é de que até 2024, o volume de reuniões presenciais continue em queda, respondendo por apenas 25% dos encontros corporativos.  Para completar, novas tecnologias, como 5G e o Wi-Fi 6, também serão responsáveis por maior velocidade e consequentemente forte uso de conexões e dados. O número global de assinantes de serviços móveis com tecnologia 5G, por exemplo, será de 1,9 bilhão de pessoas em 2024, segundo previsões da consultoria americana Ovum.

Tudo isso demanda que a área de TI das empresas prepare a infraestrutura de rede para um mundo cada vez mais conectado. Além da transição de uma infraestrutura Gigabit para uma multi-Gigabit, está em curso  uma importante mudança para a padronização com base em switches fixos, que serão o tipo de implementação de switch Ethernet predominante nos próximos anos, atingindo 76% da portas de switch Ethernet em 2023, contra 67% registrado no ano passado, segundo dados da IDC, consultoria que aponta uma migração da arquiteturas de três camadas para duas camadas, com topologia “leaf and spine”, que permite um escalonamento linear, enquanto oferece a possibilidade de reutilizar as fibras existentes.

Se o desafio para os CIOs é grande, as oportunidades para o mercado de redes corporativas são enormes, pois a demanda por soluções capazes de atender a esse cenário não para de crescer. A busca por diferenciais como simplicidade de gerenciamento, capacidade de expansão e segurança integrada tem levado as empresas a abraçarem velocidades de switching Gigabit Ethernet cada vez maiores para aprimorarem suas redes. Embora muitas companhias ainda trabalhem com os padrões de 10GbE e 40GbE, é cada vez maior a demanda por equipamentos capazes de trabalhar com velocidades de 100GbE. Segundo a IDC, o 100GbE se tornará a velocidade de switch Ethernet de maior crescimento nos próximos anos, praticamente triplicando o volume de investimentos nesse padrão até 2023.

Mas se por um lado há uma corrida por velocidade, é preciso ter em conta que a presença de ambientes heterogêneos de tecnologias de switching de acesso, agregação e núcleo é grande. Muitas empresas têm mais de um fornecedor de infraestrutura em suas redes corporativas, o que torna os switches que suportam ambientes de infraestrutura agnósticos mais adequados para preservar os investimentos em TI.  Além de ser escalável e flexível, o hardware para uma empresa de olho no futuro precisa ser empilhável (afinal, switches de núcleo e agregação desse tipo maximizam o espaço e facilitam o gerenciamento centralizado). E segurança é essencial nesse processo de atualização, com várias camadas de proteção, suporte a criptografia MACsec de 128-bits ou 256-bits, protocolos de segurança relacionados com o DHCP snooping e inspeção dinâmica de ARP. Também é preciso adequação para o combate a ameaças cibernéticas, como os ataques de negação de serviço, e bloqueio de endereço MAC.

As redes corporativas estão em um momento de grande demanda, com novas aplicações, mais equipamentos e usuários conectados, sobrecarregando seus recursos. Para enfrentar esse cenário, é necessário que as empresas promovam uma atualização constante de suas infraestruturas de rede, atendendo às demandas atuais, mas sempre de olho no futuro, na escalabilidade e na segurança.

*Marcelo Oliveira é gerente de soluções de Enterprise RUCKUS na CommScope, com mais de 20 anos de atuação no mercado de telecomunicações

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