Como as mulheres podem encontrar equilíbrio na vida para cuidar dos idosos

Estatísticas indicam que a quantidade de idosos que precisam de cuidados aumentou, fazendo com que as mulheres acabem sendo responsáveis pelos cuidados e fiquem mais sobrecarregadas

Com o passar dos anos, as mulheres conquistaram os direitos femininos. Mas com essa conquista também vem a quantidade de responsabilidades adquiridas ao longo da vida moderna. Entre elas, o cuidado com os filhos, com os pais idosos e com a vida profissional.

Apesar de tantas conquistas, algumas tarefas ainda são “supostamente” atribuídas diretamente às mulheres, como cuidar dos pais idosos. Antigamente, sempre havia uma tia, uma nora, uma sobrinha que era dona de casa e ficava responsável por cuidar dos idosos da família. Hoje todas essas tias, noras e sobrinhas estão no mercado de trabalho, mas ao mesmo tempo, a sobrecarga de dar suporte aos pais envelhecendo ainda continua com elas.O desafio de cuidar dos pais na velhice tem sido um dos assuntos mais debatidos da atualidade, pois traz demandas reais, práticas e, também uma série de angústias.

Estudo comparativo das sociólogas Nadya Araujo Guimarães, da Universidade de São Paulo (USP), e Helena Hirata, do Centro de Pesquisas Sociológicas e Políticas de Paris, na França, divulgado em janeiro de 2021 na revista da Fapesp, identificou, nos últimos 20 anos, o surgimento de arranjos que visam amparar indivíduos com distintos níveis de dependência, como crianças, idosos e pessoas com deficiência. E dentro deste cenário elas apontaram que, na América Latina, o fornecimento de cuidados é tradicionalmente feito pelas famílias, nas quais mulheres desempenham gratuitamente papel central como as cuidadoras de crianças, idosos e pessoas com deficiência.

“Culturalmente as mulheres acabam assumindo mais esta função, o que acarreta uma sobrecarga no dia a dia feminino”, conta Marcia Sena, fundadora e CEO da Senior Concierge e especialista em qualidade de vida na terceira idade.

Marcia criou a Senior Concierge justamente por vivenciar essas e outras dores, a partir de uma experiência pessoal de dificuldade de conciliar seu trabalho como executiva e cuidar dos pais que estavam envelhecendo. Se especializou nas necessidades e desafios da terceira idade e desenvolveu serviços com foco na manutenção da autonomia de pessoas da melhor idade no seu local de convívio, oferecendo resolução de problemas de mobilidade, bem-estar, tarefas domésticas do dia a dia e segurança contra males súbitos.

Este panorama se agravou ainda mais durante a pandemia. Segundo recente levantamento realizado por estudiosos da Fiocruz, 77,5% das cuidadoras familiares disseram que o tempo de dedicação aos cuidados aumentou e 75% responderam que a quantidade de esforço também aumentou nesse período, o que refletiu nas saúdes física e mental das mulheres.

De acordo com o último Censo brasileiro de 2019, mais brasileiros tiveram de cuidar de seus parentes idosos. O número de familiares que se dedicavam a cuidados de indivíduos de 60 anos ou mais saltou de 3,7 milhões em 2016 para 5,1 milhões em 2019.

Junta-se a essa realidade o fato de a população estar ficando cada vez mais velha, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que até 2060 o número de idosos no País irá quadruplicar e chegar à casa dos 58,4 milhões. Hoje essa população é de 14,9 milhões.

Cuidar de idosos é uma atividade que demanda tempo e, basicamente, os filhos contam com três formas de providenciar esses cuidados: dar aos pais a assistência para que sejam independentes em suas próprias casas, colocá-los em algum tipo de moradia assistida ou trazê-los para viver com a família. 

Essa última opção, que é a mais utilizada, traz também a necessidades de adaptar os lares para receber os familiares que estão envelhecendo, como a instalação de rampas, barras de apoio e outras mudanças de rotina que trazem impactos na vida de toda a família.

De acordo com Márcia, o primeiro passo que deve ser tomado e, também o mais difícil é, desde cedo, ter uma conversa franca com os pais sobre suas finanças e sobre como eles pretendem passar esse momento da vida. “É uma questão para a qual todos nós devemos nos preparar”, comenta.

A responsabilidade de cuidar de parentes idosos pode trazer angústias em todas as esferas da vida de um profissional, que muitas vezes tem que se ausentar do escritório para levar os pais a compromissos ou consultas ou pode ser interrompido por questões de urgência.

De acordo com a especialista, os impactos na vida pessoal também podem ser significativos. “Pode afetar o relacionamento com os filhos e o cônjuge, além de alterar a dinâmica familiar. Isso tudo deve alavancar a demanda por serviços pensados exclusivamente para a qualidade de vida daqueles que vivenciam a situação no dia a dia”.

Entre as facilidades que são bem-vindas estão, por exemplo, ter alguém que possa acompanhar os idosos em exames, consultas e, também atividades de lazer ou compras, orientação médica e farmacêutica por telefone e até mesmo aplicativos que mantenha os responsáveis informados sobre a rotina e bem-estar dos pais.

Diante de tantos desafios vivenciados, assim como ela, enfrentando as mesmas situações, Márcia teve a ideia de criar uma empresa para ajudar as famílias a cuidarem dos pais que estão envelhecendo e começam a precisar de apoio para suas atividades diárias e manterem sua qualidade de vida. Assim nasceu a Senior Concierge, trazendo para o Brasil um novo conceito, chamado de Aging in Place, de cuidados para a terceira idade.

Já popular nos Estados Unidos e Europa, o modelo oferece um pool de serviços que permitem que o idoso continue sua rotina diária sem perder autonomia. Os serviços estão focados em cuidados gerais com os idosos, enfermagem, acompanhante para internação hospitalar, pós-operatório com welcome home, cuidados com idosos que têm Parkinson e Alzheimer, leva e traz de idosos, ginástica, entre outros.

Sobre Márcia Sena

É fundadora e CEO da Senior Concierge e especialista em qualidade de vida na terceira idade. Tem MBA em Administração na Marquette University (EUA) e experiência em várias áreas da indústria farmacêutica.

Criou a Senior Concierge a partir de uma experiência pessoal de dificuldade de conciliar seu trabalho como executiva e cuidar dos pais que estão envelhecendo. Se especializou nas necessidades e desafios da terceira idade e desenvolveu serviços com foco na manutenção da autonomia de pessoas da melhor idade no seu local de convívio, oferecendo resolução de problemas de mobilidade, bem-estar, tarefas domésticas do dia a dia e segurança contra males súbitos.

Sobre a Senior Concierge

Uma empresa com um novo jeito de dar suporte aos 60+, com um modelo de atenção integrada e centrada nas reais necessidades dos adultos maiores. Uma resposta dos novos tempos para um modelo que se esgotou, que é o modelo curativo baseado nas doenças, praticado por outras empresas de home care. Com a proposta de garantir um envelhecimento prazeroso, proporcionando qualidade de vida e bem-estar dos familiares.

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