75% dos embriões gerados com óvulos de mulheres com mais de 38 anos apresentam anomalias genéticas, porém minoria dos embriões são analisados geneticamente para evitar fracasso do tratamento de fertilidade
Engravidar com a ajuda de um tratamento de reprodução humana assistida nem sempre é um sucesso na primeira tentativa. As chances de engravidar com uma Fertilização in Vitro (FIV) comum estão em torno de 40% por ciclo, uma taxa que os especialistas estão conseguindo elevar a mais de 70% com o apoio de técnicas de genética avançada que personalizam o tratamento de fertilidade.
“Combinar técnicas de diagnóstico genético beneficia a paciente a ter mais chances de obter a gestação em sua primeira tentativa, porém até o momento a indicação era buscar estas soluções somente após a paciente fracassar em duas ou mais tentativas de Fertilização in Vitro, o que gera um custo emocional e econômico importante”, explica Dra. Marcia Riboldi, especialista em genética da reprodução humana e diretora da Igenomix Brasil.
Os estudos genéticos estão contribuindo para melhorar a eficácia dos tratamentos de reprodução humana porque proporcionam informações que podem prevenir abortos e falhas no desenvolvimento embrionário. “Embriões aparentemente saudáveis, podem ser portadores de alterações que vão inviabilizar seu desenvolvimento após a transferência (momento em que o embrião fertilizado em laboratório e observado por alguns dias é introduzido no útero materno), e isso só é possível identificar através de estudos genéticos”, afirma Dra. Marcia.
Mesmo quando os embriões são analisados geneticamente, ainda há outro fator que pode levar ao fracasso da FIV, que é a receptividade endometrial. “Cerca de 25% das pacientes de reprodução humana, têm a janela de implantação fora do padrão, isso significa que o dia de transferência do embrião ao útero deve ser personalizado, caso contrário, mesmo os melhores embriões, e até mesmo geneticamente normais, não se fixarão no útero materno.
Nova técnica de análise de embriões
Talvez você ainda nem tenha ouvido falar do Screening Genético Pré-implantacional (PGS), mas esta tecnologia evoluiu muito desde seu descobrimento em 1991, passando por diferentes técnicas. A nova técnica de PGS disponível no Brasil chama-se NGS, que além de detectar anomalias cromossômicas, permite identificar mais informação e combinar outros testes, com uma redução de custo e aumento de eficácia, que podem elevar as chances de gravidez e nascimento de bebê livre de doenças genéticas.
Presente e futuro da reprodução humana em discussão
No início de julho acontece um dos encontros mais importantes na área da medicina reprodutiva e embriologia, o Congresso da ESHRE (Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia), que este ano ocorre na Finlândia. “Especialistas de todo o mundo se reúnem para discutir e se atualizar sobre as novidades constantes na área, sendo que a genética ocupa sempre uma posição de destaque e tem revelado um caminho efetivo para superar a infertilidade”, conclui a Dra. Marcia, que estará presente no encontro.
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