Ignorância sobre impostos mantém o povo refém de um sistema que beneficia os donos do poder

O Brasil carrega uma das maiores cargas tributárias do mundo — 32,4% do PIB em 2024, segundo a Receita Federal —, mas o brasileiro médio segue alheio ao peso que isso representa em seu dia a dia. Enquanto países como Chile (20,7%) e México (16,5%) prosperam com tributação menor, aqui o cidadão trabalha quase cinco meses por ano só para pagar impostos, sem ver retorno proporcional em serviços públicos. A tese é simples: sem entender e se indignar com a carga tributária, o povo continuará manipulado por uma elite política que usa essa ignorância como ferramenta de controle. Mas por que essa obsessão ainda não pegou?
A complexidade do sistema tributário brasileiro é um obstáculo deliberado. São mais de 90 tributos, entre ICMS, IPI, PIS, Cofins e taxas obscuras, que tornam quase impossível ao cidadão comum calcular quanto realmente paga. Um exemplo: o preço de um pãozinho embute cerca de 35% de impostos indiretos, mas quem associa o custo da padaria ao Leão da Receita? Essa falta de transparência beneficia os “donos do poder”, que, como apontam críticos, desviam bilhões enquanto o povo culpa o “capitalismo” ou o “vizinho rico” por sua estagnação. Em 2023, o governo Lula arrecadou R$ 2,2 trilhões, mas hospitais seguem lotados e estradas, esburacadas.
A manipulação é histórica. Políticos vendem a ideia de que mais impostos significam mais benefícios sociais, mas a realidade desmente: o Brasil gasta 13,7% do PIB com saúde e educação públicas, contra 16% da OCDE, e ainda assim tem índices piores em ambos. Onde está o dinheiro? Relatórios do TCU mostram que, em 2024, R$ 14 bilhões foram perdidos em corrupção e má gestão. Enquanto isso, o governo Lula eleva gastos com publicidade — R$ 3,5 bilhões previstos para 2025 — para polir a imagem, e o povo, desinformado, aplaude promessas como a isenção de IR até R$ 5 mil, que não sai do papel por falta de “caixa”.
A ignorância tributária também explica a passividade. Pesquisa da CNI de 2023 revelou que 67% dos brasileiros não sabem quanto pagam de impostos indiretos, e 82% subestimam o impacto no orçamento familiar. Sem essa percepção, não há pressão por reforma. Países como a Suécia, com carga de 42% do PIB, entregam serviços de ponta porque o cidadão cobra eficiência — aqui, a revolta se limita a memes no WhatsApp. “O brasileiro precisa ficar obcecado com impostos como é com futebol”, diz um leitor do portal NBN Paraíba, ecoando o sentimento de que só a consciência muda o jogo.
Os donos do poder, sejam de esquerda ou direita, lucram com essa apatia. Lula usa o discurso de “justiça social” para justificar aumentos tributários, enquanto a oposição promete cortes que raramente cumpre. A solução? Educação tributária nas escolas, notas fiscais mais claras e uma reforma que simplifique o sistema — mas quem no Planalto quer um povo atento? Enquanto o brasileiro não entender que a prosperidade passa por dominar o conceito de carga tributária, seguirá refém de uma máquina que engole seu suor e devolve migalhas.

Seja o primeiro a comentar on "Carga tributária: a obsessão que o brasileiro precisa ter para prosperar"