Cão herói reforça segurança em presídio no Pará e ajuda a evitar fuga de presos

Com nome de super-herói, "Conan" chegou ao CDPI em 2012, com três anos. Ele foi doado por um amigo do atual diretor do Centro de Recuperação Penitenciário Pará III (CRPP III), que na época estava à frente da unidade prisional e hoje divide junto com outro cão da raça fila, a responsabilidade da vigilância canina no presídiol. Na foto, a agente prisional Rosanira Siqueira. FOTO: ANDERSON SILVA / ASCOM SUSIPE

Belém (PA) – A vigilância dentro das unidades prisionais da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) é feita por agentes penitenciários, que se dividem em turnos e estão sempre alertas à movimentação dos detentos. Mas, na noite de terça-feira (6), a segurança contou com um reforço especial, no Centro de Detenção Provisório de Icoaraci (CDPI), quando um cão pitbull conhecido como “Conan”, ajudou um agente a impedir a fuga de pelo menos cinco detentos da unidade prisional.

De acordo com o diretor do CDPI, Moacir Freitas, os detentos cavaram um túnel dentro da unidade prisional e quando o primeiro tentou fugir, se deparou com um sargento da PM que estava de plantão. “Ao encontrar o policial, o detento correu e conseguiu subir no telhado da unidade, mas foi capturado por um outro agente, que travou luta corporal com o interno e teve o auxílio do pitbull, que o ajudou a recapturar o detento, imobilizando o mesmo”, contou o diretor.

Com nome de super-herói, “Conan” chegou ao CDPI em 2012, com três anos. Ele foi doado por um amigo do atual diretor do Centro de Recuperação Penitenciário Pará III (CRPP III), que na época estava à frente da unidade prisional e hoje divide junto com outro cão da raça fila, a responsabilidade da vigilância canina no presídio. Duas agentes prisionais são responsáveis pelos cuidados destinados aos animais e dizem não ter medo de lidar com os cães.

“Todo dia temos um cuidado especial com eles, limpamos a casa, trocamos a água e cuidamos da alimentação. A gente passeia com eles e fazemos com que sintam confiança na gente, assim como a gente confia neles também. Quando entrei aqui em 2014, no primeiro contato que eu tive com o Conan, ele me olhava com desconfiança e aos poucos fui conquistando ele. O problema de agressividade não está no animal, mas sim em quem lida com ele. Aqui eles são muito bem tratados e só nos ajudam a melhorar a segurança”, informou a agente prisional Núbia Pinheiro.

O parceiro de Conan também tem nome de super-herói e reforça a equipe de segurança canina na unidade prisional. “Desde que eu cheguei aqui, há seis anos, o meu envolvimento foi muito grande com o Conan e com o Thor, da raça fila. Os dois são de grande porte e força, mas são tratados como se fossem da família. São cachorros enormes e que muitas pessoas achavam que uma mulher não ia conseguir cuidar deles, ainda mais dentro de um presídio. Mas eles são muito dóceis com a gente e fazem o trabalho deles com perfeição”, explicou Rosanira Siqueira, também agente penitenciária.

Vigilância canina

Com 14 animais, o Centro de Recuperação Penitenciário do Pará III (CRPP III) também já usa há alguns anos o suporte canino. Na unidade, os cachorros trabalham em dupla, espalhados em cinco áreas cercadas, entre o bloco carcerário e a muralha do presídio. A vigilância é feita 24 horas por dia e os cães revezam o monitoramento por turno: enquanto um grupo trabalha, os demais descansam no canil. O espaço é mantido sempre limpo para garantir a saúde da equipe de segurança.

Para o diretor do CRPP III, Major Paulo Amarantes, que foi quem levou o pitbull Conan para o CDPI, a utilização de cães é de extrema importância para o sistema penitenciário. “Nas casas penais que têm capacidade superior a 120 presos é de extrema relevância a ajuda desses animais, porque eles conseguem coibir de forma preventiva as articulações de tentativa de fuga, além disso os cães conseguem interceptar qualquer tipo de material ilícito que venha a ser arremessado para dentro da unidade. Se algo for jogado, cai na área de contenção onde eles ficam e eles bloqueiam imediatamente, como por exemplo os aparelhos celulares”, destacou o diretor.

O treinamento dos cães é feito por policiais militares e também com a ajuda de um agente prisional, que adquiriu os conhecimentos sobre treinamento quando trabalhou no canil da Polícia Militar. “Todos os animais recebem um treinamento básico para que fiquem preparados para diversas situações e nos ajudem quando for necessário. O cão é uma das coisas que o preso teme quando vai fugir e ele é muito fiel ao trabalho dele, não se corrompe nunca”, completou o major.

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