O grupo baiano de afoxé Filhos de Gandhy e o cantor brasiliense de samba-rock Marcelo Café conduziram a noite da virada na Praça dos Orixás, no Setor de Clubes Sul
Com oferendas a Iemanjá e ritos religiosos de matriz africana, 4,5 mil pessoas comemoraram a virada do ano às margens do Lago Paranoá, na Praça dos Orixás, mais conhecida como Prainha. A estimativa de público é da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social.
Para animar o público, o grupo baiano de afoxé Filhos de Gandhy e o cantor brasiliense de samba-rock Marcelo Café se apresentaram no palco montado no local.
A festa começou por volta das 19 horas deste domingo (31) e, à meia-noite, a praça ficou iluminada com a queima de fogos, que durou 10 minutos.
Algumas pessoas preferiram assistir ao espetáculo da ponte Honestino Guimarães, que liga a Prainha ao Pontão do Lago Sul. Para garantir a segurança do público, agentes do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) fecharam a pista para veículos.
O estudante Caio César Félix, de 19 anos, participou pela segunda vez da festa na Praça dos Orixás. Para ele, que é católico, é uma forma de aprender novas culturas.
“A palavra do evento é diversidade, e, estando aqui, a gente percebe as nuances da nossa cultura”, disse.
Sandra Borges é cantora e foi para o réveillon 2018 com a companheira, Sandra Gonçalves, e um grupo de amigas. “Eu acho bem democrático este espaço.”
“Este é um momento plural em que todos os terreiros do DF e Entorno comemoram os Orixás”, explicou Adna Santos de Araújo, a Mãe Baiana, do terreiro de candomblé Axé Oyá Bagan, no Paranoá.
De acordo com o diretor-presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Rafael Moreira, 128 terreiro participaram da festa.
A programação do réveillon na Prainha teve início no sábado (30) com a comemoração do Dia do Samba. Houve apresentações de sambistas da cidade, como Renata Jambeiro e Dhi Ribeiro, e de bandas locais, como Amor Maior e Coisa Nossa.
“Hoje vai ser um dia lindo, um dia de paz. Queremos paz para 2018”, disse o secretário de Cultura, Guilherme Reis.
Prainha é palco de resgate cultural
A festa na Prainha tem como objetivo valorizar as manifestações culturais de matriz africana, de forma a resgatar tradições historicamente excluídas.
De acordo com a Subsecretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, da Secretaria de Cultura do DF, Jaqueline Fernandes, essa é uma festa tradicional que ocorre desde os anos 1970.
O evento é produzido por entidades religiosas de matriz africana, mas agrega pessoas de todas as religiões.
“Esta festa reforça a Prainha como um espaço de memória da cultura afro brasiliense, além de ser uma forma de levantar a bandeira contra a intolerância religiosa e o racismo.”
Festa tem o apoio do governo de Brasília
Tanto a festa da Prainha quanto os shows da virada na Esplanada dos Mistérios contaram com o apoio do governo de Brasília. O custo total foi de R$ 1.965.327,60.
Esse montante inclui estrutura, contratações, chamamento de artistas locais, passagens aéreas e a taxa de direitos autorais cobrada pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad).
Além do apoio financeiro, o governo de Brasília ficou encarregado de fazer a segurança do local. Um efetivo de 16 agentes de trânsito do Detran-DF, 8 viaturas operacionais, guinchos e empilhadeira controlaram o trânsito.
A Polícia Militar do Distrito Federal e o Corpo de Bombeiros também participaram da operação na Praça dos Orixás.
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