Artigo | Bons cafés para 2017

Por Valéria Vilela


Minas Gerais, responsável por mais de 50% de todo café produzido no Brasil, teve uma boa florada em 2016, mas de acordo com os dados divuldados pelo  CCCMG (Centro de Comércio de Café do Estado de Minas Gerais), a realidade da produção em 2017 deve ser mais modesta. O mesmo sinaliza a Fundação Procafé, com uma  produção para a próxima safra  de 20% abaixo da de 2016,   mesmo com  chuvas durante o período da floração do café, que fizeram  que 80% das lavouras  tivessem uma florada parecida em volume,  com a da temporada 2007/2008. Uma florada de preservação da planta e não e produção em grande escala.

A seca prolongada deixou uma deficiência nutricional, e  houve um grande número de plantas que passaram pelo processo  de recepa e esquelatamento, dados do diretor regional da Emater em Guaxupe, Willen Araujo, que também destaca   que  a expectativa dos técnicos e produtores é que muitas destas flores não consigam, efetivamente, produzir frutos.

A questão climática é o fator que esta influenciando diretamente, explica o Willen, existe o fato de que a precipitação de chuvas neste período é bem maior e elas podem, em determinadas situações, acabar murchando as flores, tornando o pé suscetível a fungos ,momento em que o cafeicultor  precisa esta atento. Sendo assim, uma das mais belas floradas dos últimos tempos pode não representar uma safra tão grande como a esperada.

Claudinei Montever, diretor de uma empresa que atua no sul de Minas no ramo de armazenamento e estocagem de grãos explica a nova realidade do mercado, o produtor,  compradores, corretores e cooperativas para que  consigam manter uma ampla visão do mercado do café, tanto externo quanto interno começam ampliar  o uso de tecnologia para a negociação de safra. Essa é a opinião de Marcos Carvalho, presidente da  O uso de plataformas de negociação de commodities, 100% online e que conecta quem está vendendo com quem quer comprar, estejam eles no mercado interno ou externo, através de operações e  salas exclusivas de negociação e intermediação tem aumentado, e o acesso as novas tecnologias amplia a visão do produtor e sua  relação com mercado.

E a participação em concursos de qualidades em que pequenos lotes de cafés especiais  alcançam valores direnciados na saca atraem cada vez mais uma tendência do mercado consumidor que começa a movimentar a lavoura, confirma Marcos Carvalho presidente da ASSPROCAFÉ (Associação dos Produtores de Cafés Especiais de Cabo Verde – MG)

A intensificação da participação das cafeiculturas no mercado se solidificou, explica a Secretária da IWCA International Women’s Coffee Alliance, em inglês),  Marisa Contreras, temos como objetivo principal criar oportunidades A Aliança Internacional das Mulheres do Café – IWCA Brasil é um capítulo da IWCA , organização sem fins de lucro que foi criada em 2003 a partir do encontro de mulheres da indústria do café dos Estados Unidos e Canadá com produtoras de café na Nicarágua . A metodologia da IWCA é o “success through localization”, quer dizer, através da criação de capítulos nos países produtores e consumidores. Atualmente existem capítulos em 15 países . Em 2017 além do encontro anual em Belo Horizonte durante a semana internacional do café, vamos estar presentes O fórum  Cumbre Latinoamericana Del Café é o mais importante evento da América Latina para o setor cafeeiro. 3 dias de formação, conferências, fóruns, workshops, cursos e Expo Fair com temas de interesse para toda a cadeia de produção do café, finaliza Marisa.

Com perspectivas de um mercado alavancado que  este seja o ano abençoado brindemos com café, Amém.


*Valéria Vilela é jornalista especializada no agronegócio com ênfase no mercado de café- [email protected]

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