Seja branco ou integral, o arroz é fonte rica em carboidratos, que estimulam a ação da insulina, hormônio responsável pelo armazenamento e a não queima de gordura no sangue
Diante do crescimento da participação dos alimentos industrializados na dieta brasileira e o perigo que isso proporciona, médicos e outros profissionais relacionados à área da nutrição costumam enfatizar que a refeição padrão brasileira – carne, salada, legumes, arroz branco e feijão – é a composição “perfeita” para a manutenção de uma boa saúde.
Um dos alimentos dessa refeição ideal, o arroz branco, contudo, tornou-se “persona non grata” na dieta daqueles que desejam não apenas manter-se saudáveis como emagrecer. Afinal de contas, qual o problema do arroz branco? Ele pode fazer parte de um estilo de vida saudável? E se não puder, o arroz integral pode ser um substituto mais nutritivo e menos nocivo ao bem-estar das pessoas?
“O primeiro passo para começarmos a responder essas questões é entender qual a composição do arroz; o que é o arroz em termos nutricionais”, afirma Rodrigo Polesso, idealizador do site emagrecerdevez.com, especialista em emagrecimento e certificado em Nutrição Otimizada e Saúde e Bem-estar pela Universidade Estadual de San Diego. Conforme Polesso, 100 gramas de arroz possuem, em média, 130 calorias, 2,7 gramas de proteína, 27, 8 gramas de carboidrato e nada de gordura. “No perfil nutricional do alimento, identifica-se a existência de alguns nutrientes, minerais e vitaminas, mas em nenhuma quantidade que possa ser considerada relevante”, diz.
Muitas pessoas que estão acostumadas com esse cereal na composição de sua refeição, substituem-no pelo arroz integral na esperança de que seja melhor. De fato, o arroz integral impacta um pouco menos os níveis de glicose no sangue, no entanto, possui basicamente o mesmo valor calórico e composição de macronutrientes que o arroz branco. A partir dessas informações nutricionais, conclui-se, segundo o especialista em emagrecimento, que o arroz – branco ou integral – tem baixa densidade nutricional e se destaca por ser basicamente uma fonte de carboidratos, mais especificamente, do amido e não de nutrição na dieta.
Carboidratos, como é sabido, podem ser grandes obstáculos para quem deseja emagrecer, principalmente, carboidratos simples, de rápida metabolização, como o amido e baixo valor nutricional. Isto porque, explica Polesso, ao ser ingerido, este macronutriente cai na corrente sanguínea e rapidamente se transforma em glicose, estimulando, de imediato, a ação insulínica. “A insulina é o principal hormônio que estimula o armazenamento da gordura no corpo humano e quando está ativo na corrente sanguínea também é responsável pelo bloqueio da queima da gordura”, explica.
“Se a insulina bloqueia a queima de gordura e promove o ganho de peso e o arroz estimula a ação da insulina no organismo, responda para mim: comer arroz é uma boa ideia para emagrecer?”, indaga Polesso. A resposta é um sonoro não, pois, conforme o especialista em emagrecimento, ao ingerir este alimento, a pessoa estará jogando contra a fisiologia do próprio corpo.
Entretanto, se há pessoas para quem o arroz é um alimento considerado essencial a sua alimentação e que não estão dispostas a substitui-lo por nenhum outro, é possível, conforme Polesso, continuar a consumi-lo regularmente sem riscos para o processo de emagrecimento. É preciso, contudo, tomar alguns cuidados, como: certificar-se de comer menos calorias do que gasta e assegurar-se de não consumir arroz misturado a outros alimentos que sejam fontes ricas em gordura. “Essa combinação é perigosa e promove ainda mais o ganho de peso, pois o arroz, ao ser ingerido, tem prioridade metabólica sobre a gordura, então toda a gordura consumida junto tenderá a ser armazenada em primeiro lugar”, explica.
O especialista em emagrecimento pondera que o arroz é um alimento consumido há milhares de anos, por muitas culturas, e que por si só não deixa ninguém doente, nem muito acima do peso. De acordo com Polesso, se o objetivo é manter um estilo de vida saudável é possível incluir o arroz na dieta, como quiser. Se o objetivo é a perda de peso e o emagrecimento, porém, será necessário prestar muita atenção nas porções e nas calorias. O que é oposto ao conceito de alimentação forte difundido por Polesso, que foca na qualidade e não na quantidade do que se come.
Como alternativa ao cereal, Polesso sugere a couve-flor. De acordo com ele, a hortaliça crua batida no liquidificador vira um farelo e pode servir ao mesmo propósito do arroz, mas com mais vantagens à saúde. “Também possui um perfil nutricional baixo, mas contém apenas um quinto das calorias e 7% dos carboidratos do arroz” diz. Por exemplo, 100 gramas de couve-flor contêm, em média, 23 calorias, apenas, 1,8 gramas de proteína, quantidade também bastante insignificante, nenhuma gordura, e somente 1,8 gramas de carboidratos, número bem menor do que as 24 gramas que existem no arroz.
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