Deputados e senadores da base bolsonarista afirmam que o indiciamento do ex-presidente é uma tentativa de barrar sua candidatura nas eleições de 2026, alegando perseguição política
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022. A decisão gerou reações entre seus aliados, que acusam o indiciamento de ser uma tentativa de barrar sua candidatura nas eleições de 2026.
Bolsonaro, que é inelegível até 2030, reagiu às acusações afirmando que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conduz o inquérito de maneira irregular. Em uma defesa pública, Bolsonaro afirmou que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”, destacando que o ministro tem uma “assessoria bastante criativa” e que age de maneira “desrespeitosa”.
Aliados do ex-presidente também se manifestaram. A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) classificou o indiciamento como uma reação ao “medo” do retorno de Bolsonaro às urnas. Segundo ela, o processo tem como objetivo enfraquecer sua imagem e impedir que ele concorra novamente à presidência.
Outros membros da base bolsonarista também se posicionaram. O vice-presidente da Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), comparou a situação com o processo enfrentado pelo republicano Donald Trump nos Estados Unidos, destacando que a oposição está desesperada com a possibilidade de Bolsonaro voltar ao cenário eleitoral.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, também criticou o relatório da Polícia Federal, chamando-o de “porcaria” e reiterando a ideia de que o processo está sendo manipulado para criar uma narrativa contra o ex-presidente.
Críticas à investigação O senador Magno Malta (ES), que foi aliado de Bolsonaro, também se manifestou de forma crítica, chamando o relatório da PF de “pífio” e defendendo a inocência do ex-presidente. Outros parlamentares, como Carlos Portinho (RJ) e Ciro Nogueira (PP-PI), reforçaram suas convicções sobre a inocência de Bolsonaro, afirmando que as acusações são baseadas em especulações e carecem de provas concretas.
A Polícia Federal, por sua vez, defendeu a investigação, alegando que as provas contra os investigados foram coletadas por meio de diligências, incluindo quebras de sigilos telemático, bancário e fiscal, além de colaborações premiadas e buscas autorizadas pelo Judiciário.
O indiciamento é uma etapa formal de uma investigação criminal, onde, com base nas provas reunidas, a autoridade policial identifica um suspeito como responsável pelo crime. No caso de Bolsonaro, ele foi apontado como principal suspeito na tentativa de desestabilizar o resultado eleitoral de 2022.
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