Presidente da ALPB destaca “movimento espontâneo” de apoio a Hugo Motta, mas mantém sua pré-candidatura em um cenário de disputa acirrada

O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino (Republicanos), reforçou seu apoio ao deputado federal Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara dos Deputados, como candidato ao Governo da Paraíba em 2026, em meio a uma onda de adesivos pró-Motta que tomaram as ruas do estado. Galdino classificou a mobilização como um “movimento espontâneo do povo”, sinalizando a força de Motta dentro do Republicanos e na base governista do governador João Azevêdo (PSB). Contudo, Galdino mantém sua própria pré-candidatura, enquanto a base enfrenta tensões com nomes como Cícero Lucena (PP) e Lucas Ribeiro (PP), e a oposição se organiza com Efraim Filho (União Brasil), Romero Rodrigues (Podemos), Pedro Cunha Lima (PSD), e Cabo Patrício (PL). O que significa esse endosso para o tabuleiro político paraibano?
Galdino, em declarações recentes, destacou a liderança de Motta, que, aos 35 anos, conquistou a presidência da Câmara em fevereiro de 2025 com 444 votos, unindo PT e PL em uma aliança pragmática. “Hugo é o melhor nome dentro do Republicanos e da base do governo. Ele tem apoio até de setores da oposição”, afirmou Galdino. A campanha dos adesivos, que viralizou em cidades como João Pessoa e Patos, reforça a popularidade de Motta, impulsionada por sua influência nacional e pelo controle da pauta legislativa em Brasília. A prefeita de Capim, Carlyanne Borba, e o ex-prefeito Tiago Lisboa, ambos aliados, também defenderam Motta e Galdino como “opções viáveis” para 2026, destacando o fortalecimento do Republicanos.
No entanto, o apoio de Galdino não é incondicional. Apesar de reconhecer a vantagem de Motta, ele insiste em sua própria postulação, declarando: “Quero ser governador ontem, hoje e amanhã”. Sua pré-candidatura ganhou força com a nomeação de sua filha, Alanna Galdino, como conselheira do TCE-PB em 30 de abril, aprovada por unanimidade, mas sob críticas de nepotismo pelo MPC-PB. Galdino, que comanda a maior bancada da ALPB, também busca espaço na chapa majoritária, seja para o governo ou o Senado, e já cobrou de Motta maior participação nas discussões do Republicanos para 2026. “Me acho no direito de saber o que o partido quer”, disse, sinalizando que a escolha será pautada por pesquisas eleitorais e diálogo com a base de Azevêdo.
O cenário governista está longe de unificado. Cícero Lucena, prefeito de João Pessoa, que inicialmente endossou Lucas Ribeiro como o “melhor nome”, agora cogita disputar o governo, afirmando que “o momento certo vai chegar”. Lucas, vice-governador e filho da senadora Daniella Ribeiro, conta com o apoio do PP e aparece com 5% na pesquisa ANOVA/PB Agora (07/04/2025), atrás de Cícero (21,1%), Pedro Cunha Lima (14,1%), Efraim Filho (7,5%), Motta (6,5%), e Galdino (5,9%). O secretário Deusdete Queiroga (PSB) também é cotado, enquanto Azevêdo, provável candidato ao Senado, busca manter a coesão. A pesquisa mostra 52,3% de indecisos no cenário espontâneo, indicando um eleitorado volátil.
Motta, por sua vez, enfrenta desafios. Seu alinhamento com Lula (55% de desaprovação, CNT/MDA) e Alexandre de Moraes, criticado por decisões como o “Julgamento de Débora”, gera desgaste entre eleitores conservadores. Apesar disso, Galdino e aliados como o prefeito de Patos, Nabor Wanderley (pai de Motta), veem-no como um nome capaz de atrair até opositores. Motta descartou sua candidatura por ora, priorizando a Câmara, mas defendeu Galdino e Wilson Filho como opções do Republicanos, enfatizando a necessidade de “diálogo e dados técnicos” para a escolha.
Na oposição, Efraim Filho, Romero Rodrigues, Pedro Cunha Lima, e Cabo Patrício se articulam, com uma pesquisa interna encomendada para definir a chapa. O PL, de Cabo Patrício, aposta no bolsonarismo, enquanto Efraim e Pedro, mais moderados, disputam a liderança. A divisão governista, agravada pela entrada de Cícero, pode ser uma vantagem para a oposição, mas o “movimento espontâneo” pró-Motta, como descrito por Galdino, mostra que o Republicanos joga pesado. A Paraíba, em 2026, será palco de uma batalha onde a unidade — ou a falta dela — definirá o próximo governador.

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