O material revela a angústia do dono do circo, José Carlos da Silva, conhecido como Palhaço Pipoquinha, ao relatar as ameaças realizadas pelos integrantes de uma facção
Novos detalhes do cancelamento da atividade de campanha do candidato à prefeitura de João Pessoa, Ruy Carneiro (Podemos), cancelada por ordem do crime organizado, confirmam gravidade da situação e interferência no processo eleitoral de João Pessoa. O material revela a angústia do dono do circo, José Carlos da Silva, conhecido como Palhaço Pipoquinha, ao relatar as ameaças realizadas pelos integrantes de uma facção.
“Jesus livrou a gente, viu? Livrou a nossa família, livrou você [Ruy], livrou todo mundo que ia estar aqui, né? Porque a ordem era para passar atirando. Aquele cara que veio tem mais de vinte homicídios nas costas. Mata por brincadeira. Disse que a ordem era para chegar atirando”, desabafa José Carlos.
O proprietário do circo revela como conseguiu contornar a situação e evitar uma tragédia. “Aquele da moto que eu estava falando com ele, foi quem desenrolou tudo. Disse que eu era gente boa, que era um coroa, dono do circo, que era pai de família. Graças a Deus, no nome de Jesus deu certo, né? A gente escapou por pouco, viu? Fui lá agora, conversei com ele, pedi desculpa. Ele disse de boa, de boa”, acrescentou.
José Carlos ainda detalhou as condições determinadas pelo crime organizado para realização de atividades na região e a ligação desse cenário com a gestão municipal. “Para fazer um evento desse, a gente tem que falar logo com eles mesmo. Tem que falar com esses caras, que hoje estão desse jeito, né? A Prefeitura deixou isso acontecer”, concluiu.
A interferência de facções criminosas no cenário político da capital paraibana não se resume a esse caso isolado. Recentemente, a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar a ligação Prefeitura de João Pessoa com o líder de um grupo criminoso que atua na cidade. A Operação Mandare revelou que entre os principais alvos da ação estava a filha do prefeito Cícero Lucena e secretaria executiva de saúde da capital, Janine Lucena. Ela manteve contato telefônico com o líder da facção e esse homem fazia indicações de cargos em três secretarias do município.
O novo material em áudio faz parte do conteúdo integral que foi captado na noite da última quinta-feira (15), no bairro do Cristo em João Pessoa. Os registros de áudio, imagens e documentos foram entregues à Polícia Federal na tarde de ontem com a presença de Ruy, Amanda CSI e os representantes da equipe jurídica da “Coligação Mudar Para o Futuro”. A gravidade do caso reforça a necessidade urgente de tropas federais para garantir a segurança e equilíbrio nas eleições na capital paraibana.
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