Justiça afasta Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF pela segunda vez

Decisão judicial anula acordo de 2023 e impõe nova eleição para diretoria da entidade

Poucos dias após confirmar a contratação de Carlo Ancelotti como novo técnico da Seleção Brasileira, Ednaldo Rodrigues foi novamente afastado da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão, divulgada inicialmente pelo portal UOL, partiu do desembargador Gabriel Zefiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Esta é a segunda vez que o dirigente deixa o cargo por determinação judicial. O magistrado também determinou o afastamento de toda a diretoria atual da entidade e nomeou o vice-presidente Fernando José Sarney como interventor. Ele será o responsável por conduzir o processo de eleição para uma nova diretoria, respeitando os prazos estabelecidos pelo estatuto da CBF.

A motivação para o novo afastamento está ligada a suspeitas de irregularidade na assinatura de um acordo firmado em janeiro deste ano, que havia validado a eleição de Ednaldo Rodrigues em 2022. A dúvida recai sobre a capacidade mental do ex-presidente Coronel Nunes, que assinou o documento e, segundo laudos apresentados ao processo, não estaria em condições de manifestar livremente sua vontade à época da assinatura.

Em sua decisão, o desembargador Zefiro foi categórico: “Há muito o Coronel Nunes não tem condições de expressar de forma consciente sua vontade. Seus atos são guiados. Não emanam da sua vontade livre e consciente”.

Com a anulação do acordo, Ednaldo deixa o cargo mesmo tendo sido reeleito para mais quatro anos. Nos bastidores, seu comando vinha sendo contestado por setores da própria CBF e por federações estaduais, principalmente após o surgimento de ações judiciais e o vazamento de documentos relacionados à sua gestão.

No momento em que a decisão foi proferida, Ednaldo Rodrigues participava do Congresso da Fifa, no Paraguai. A entidade ainda não se pronunciou oficialmente sobre os próximos passos após a decisão judicial.