Auditoria do TCE-PB aponta irregularidades na indicação de Alanna Galdino para conselheira

Relatório recomenda suspensão da posse da filha do presidente da ALPB por falta de requisitos e suspeita de funcionária fantasma

Da Redação

Uma auditoria técnica do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), concluída nesta segunda-feira (14), revelou indícios de que Alanna Galdino, indicada para o cargo de conselheira da Corte, teria atuado como funcionária fantasma na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) do Governo da Paraíba. O documento, solicitado pelo conselheiro Nominando Diniz, aponta que ela recebeu aproximadamente R$ 646.972,40 entre 2012 e 2025, sem registros que comprovem a prestação de serviços. A análise recomenda a suspensão cautelar de sua posse até a decisão final do caso, marcada para 23 de abril.

Alanna, filha do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino, foi aprovada pela ALPB em 18 de março para a vaga no TCE-PB, com 31 votos favoráveis. Contudo, a auditoria questiona sua qualificação, afirmando que ela não atende ao requisito constitucional de notório saber jurídico, contábil, econômico, financeiro ou de administração pública, exigido para o cargo. O relatório destaca que seu currículo, com formação em Direito e experiência em cargo comissionado, não apresenta atuação prática suficiente, citando cursos de curta duração e especializações recentes como insuficientes.

A investigação na Seplag revelou que Alanna ocupava formalmente o posto de agente de programas governamentais, mas não havia cadastro nos sistemas informatizados da pasta, e servidores entrevistados, incluindo chefes e recepcionistas, negaram contato profissional com ela. O documento sugere possível nepotismo, alegando que Adriano Galdino articulou a indicação da filha, e levanta a hipótese de nepotismo cruzado, devido ao cargo anterior dela no Executivo estadual.

O Ministério Público de Contas (MPC) também questiona a legalidade do processo, apontando ausência de sabatina pública e violação de princípios administrativos. A auditoria propõe que o caso seja remetido ao Ministério Público Estadual para apurar improbidade administrativa e dano ao erário. A posse de Alanna segue suspensa por decisão judicial, enquanto o TCE-PB analisa o relatório.

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