Poluição e urbanização desordenada agravam condições do ecossistema costeiro em João Pessoa
Da Redação
Uma mancha escura, com mau cheiro, que surgiu na praia do Bessa, em João Pessoa, no dia 17, trouxe à tona a grave situação ambiental do Rio Jaguaribe e do manguezal da região. A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) identificou que a coloração e o odor da água têm origem no mangue, mas análises confirmaram a presença de coliformes fecais, apontando contaminação por esgoto. O fenômeno, que se dissipou dias depois, reflete problemas crônicos no ecossistema costeiro entre a capital paraibana e Cabedelo.
O trecho do Rio Jaguaribe, conhecido como “rio morto”, corta bairros como Manaíra e Bessa, desembocando no mar próximo ao local onde a mancha foi registrada. Desviado na década de 1920, esse segmento perdeu conexão com o leito principal do rio e recebe água de chuva e drenagens urbanas, acumulando resíduos orgânicos e poluentes. A Sudema destaca que a urbanização desordenada, com comunidades ribeirinhas lançando dejetos diretamente no rio, e possíveis esgotos clandestinos agravam a poluição.
A Secretaria de Meio Ambiente de João Pessoa, junto à Guarda Metropolitana, realizou fiscalizações para investigar lançamentos ilegais de esgoto, enquanto o Ministério Público da Paraíba (MPPB) abriu procedimento para apurar responsabilidades. A Sudema recomendou que banhistas evitassem a área afetada, num raio de 100 metros da foz do rio, até a conclusão das análises. O caso expõe a necessidade de ações para recuperar a qualidade ambiental do rio e do manguezal, essenciais para a biodiversidade local.
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