Justiça diz que primeira-dama presa teria feito esquema com facção criminosa para influenciar eleições

Lauremília Lucena, esposa do prefeito Cícero Lucena, é investigada por crimes como peculato, coação eleitoral e envolvimento em esquema para influenciar as eleições municipais

Da Redação

Lauremília Lucena, primeira-dama de João Pessoa e esposa do atual prefeito e candidato à reeleição, Cícero Lucena, foi presa como parte da terceira fase da Operação Território Livre, conduzida pela Polícia Federal com o apoio do GAECO (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado). Segundo a investigação, Lauremília teria participado de um esquema com facções criminosas para influenciar as eleições municipais, envolvendo crimes de peculato, coação eleitoral e constrangimento ilegal.

De acordo com a Justiça, Lauremília teria feito acordos com dois chefes de facção, David Sena e Keny Rogeus, para nomear pessoas indicadas pelos criminosos em cargos na prefeitura. Em troca, buscava apoio nas regiões controladas por essas facções. Além de distribuir cargos, o esquema também teria envolvido ameaças a eleitores e opositores, além de promessas indevidas em troca de votos. O documento que determinou a prisão, ao qual o g1 teve acesso, cita trechos da investigação que detalham a participação da primeira-dama no esquema.

Keny Rogeus, um dos chefes da facção envolvida, já estava preso e teve novo mandado de prisão cumprido na própria prisão. David Sena, conhecido como “Cabeça”, segue foragido desde a segunda fase da operação. Outros envolvidos, presos em 19 de setembro, incluem a vereadora Raíssa Lacerda, Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, Taciana Batista do Nascimento e Kaline Neres do Nascimento Rodrigues, suspeitas de exercer pressão e influência sobre a comunidade para garantir votos em favor do esquema.

A defesa de Lauremília afirmou ter recebido a notícia da prisão preventiva com surpresa e indignação, destacando que ela não foi chamada para prestar esclarecimentos anteriormente. Os advogados consideram a decisão da juíza abusiva e ilegal, alegando que a medida infringe a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal em relação à proteção de pessoas com prerrogativa de foro, como é o caso do prefeito Cícero Lucena. A defesa também informou que tomará medidas legais junto ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba para tentar a soltura imediata da primeira-dama.

O prefeito Cícero Lucena, em nota publicada nas redes sociais, classificou a operação como um ataque de adversários políticos, afirmando que Lauremília tem uma trajetória limpa e que ela provará sua inocência.

A Operação Território Livre segue em andamento, com a prisão de Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, secretária da primeira-dama, e outros alvos envolvidos no esquema investigado pela Polícia Federal.

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