Eleições 2024: a banalização do marketing político; quando a superficialidade supera o debate eleitoral

Entenda como a busca por números nas redes sociais está transformando campanhas eleitorais em espetáculos vazios de conteúdo e o impacto disso na democracia

Com o vertiginoso avanço das redes sociais nas estratégias de campanha, estamos testemunhando uma transformação preocupante no cenário político. Muitos candidatos, em uma tentativa desesperada por visibilidade, têm se perdido em meio a táticas de marketing que priorizam a superficialidade em detrimento do conteúdo. Este fenômeno não apenas dilui a qualidade dos debates eleitorais mas também desvia o foco do que é verdadeiramente essencial: o diálogo franco e honesto com o eleitorado e a apresentação de propostas concretas e viáveis.

Nos dias atuais, o marketing político parece ter se transformado em uma corrida por likes, shares, e retweets, onde o objetivo principal deixa de ser a discussão de políticas públicas para se tornar a viralização. Essa tendência é alarmante, pois reduz a política a um mero produto de consumo rápido, algo para se “curtir” ou “compartilhar” sem a devida reflexão sobre as consequências de tais escolhas políticas.

Essa abordagem traz consigo uma série de problemas. Primeiramente, há a perda da profundidade nos debates. Candidatos, ao invés de se aprofundarem em temas cruciais como educação, saúde, e segurança, preferem slogans de efeito e promessas que cabem em um post nas redes sociais, mas que raramente se sustentam em uma análise mais rigorosa. A consequência direta é um eleitorado menos informado e mais suscetível a manipulações.

Além disso, a busca incessante por engajamento nas redes sociais incentiva a polarização. Estratégias de marketing digital frequentemente exploram conteúdos que incitem emoções fortes, como medo ou raiva, porque esses geram mais interação. Isso não só fragmenta ainda mais a sociedade mas também desvia a atenção das propostas concretas que poderiam unir e resolver problemas reais.

A solução para essa banalização não é simples, mas passa necessariamente por uma mudança de cultura, tanto por parte dos políticos quanto dos eleitores. Os candidatos precisam ser incentivados a usar as plataformas digitais para educar e informar, não apenas para entreter ou chocar. Por outro lado, os eleitores devem demandar mais substância, apoiando aqueles que oferecem debates ricos em conteúdo e propostas.

Em suma, enquanto as redes sociais trouxeram a promessa de uma democracia mais participativa, o uso inadequado dessas ferramentas pode levar à degradação do discurso político. É hora de resgatarmos o valor do debate eleitoral como um espaço de construção coletiva, onde ideias são trocadas e avaliadas não pelo seu potencial viral, mas pela sua capacidade de contribuir para o bem comum. A banalização do marketing político é um desafio contemporâneo que requer vigilância e ação de todos os atores políticos e sociais para garantir que a democracia não se torne um mero reality show.

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