O indicador relacionado à saúde da mulher possui só 15% de efetividade, ficando à frente apenas de Santa Rita
O Ministério da Saúde revelou que João Pessoa possui a quarta pior avaliação dos indicadores de saúde entre todas as 223 cidades da Paraíba. A péssima qualidade dos serviços oferecidos na capital foi mais uma vez confirmada pelos dados alarmantes, divulgados pelo Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica, mesmos índices utilizados pelo antigo Programa Previne Brasil. Essa foi a pior posição ocupada por João Pessoa desde que os atendimentos começaram a ser analisados.
O indicador relacionado aos exames voltados para a saúde da mulher possui apenas 15% de efetividade, só ficando à frente de Santa Rita. Os números revelam uma realidade vivenciada todos os dias pela população pessoense, como denunciou a ouvinte Edileuza Jacinto, durante programa na rádio Arapuan FM nesta terça-feira (30).
“Quero fazer uma denúncia sobre o PSF aqui do Muçumagro. Eu solicitei um exame no dia 23 de fevereiro do ano passado e até agora nada. Já faz mais de um ano, mas eu nunca deixo pra lá. Foi pedido uma transvaginal e uma consulta para endocrinologista. Eu sempre vou lá para saber o motivo do atraso, só que até hoje nenhuma previsão”, relatou.
A avaliação referente ao acompanhamento pré-natal, relacionada à saúde da gestante e do bebê, alcançou apenas 26% da efetividade. Esse foi o mesmo percentual registrado no monitoramento de pacientes com hipertensão.
O deputado federal licenciado e pré-candidato à Prefeitura de João Pessoa, Ruy Carneiro, lamentou que praticamente nenhuma das coberturas prestadas pela gestão municipal conseguiu chegar a mais de 50% dos atendimentos previstos.
“A população da capital tem que ser tratada com respeito e os serviços básicos precisam voltar a atender as pessoas com urgência. João Pessoa clama por uma mudança. Todos os municípios que ficaram a frente da nossa cidade não possuem nem metade dos recursos disponíveis pela Secretária de Saúde da capital. Isso comprova a péssima qualidade da gestão e a falta de compromisso com a vida das pessoas”.
Ruy defendeu transparência, tecnologia e a realização de mutirão de consultas, exames e cirurgias para evitar que os pacientes continuem sofrendo sem nenhum tipo de informação.
“Inicialmente é fundamental colocar para funcionar tudo aquilo que está parado ou em péssimas condições. Vamos reabrir unidades, principalmente aquelas que foram fechadas pelo tráfico, como o caso do Varadouro. Também é essencial digitalizar os cadastros, acabar com esse processo em papel, dar transparência aos encaminhamentos e impedir as interferências políticas. Os mutirões também são essenciais para zerar filas de consultas, cirurgias e exames”, enfatizou.
O Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica avalia sete indicadores. Os percentuais apontam a proporção de consultas pré-natal, exames de sífilis e HIV, atendimentos odontológicos, vacinação das crianças, atendimentos às pessoas com hipertensão e diabetes.
Os dados divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde são referentes ao primeiro quadrimestre de 2024. Atualmente, João Pessoa ocupa a posição 220 entre as 223 cidades paraibanas, ficando à frente apenas de Nova Floresta, São José do Brejo do Cruz e Bayeux.
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