Risco de inundação em João Pessoa ameaça 6 mil moradias, mostra dados do Instituto Água e Saneamento

Os dados confirmam a realidade vivenciada diariamente pela população da capital e que há alguns anos vem sendo denunciada, critica o deputado Ruy Carneiro

Os indicadores de saneamento básico no país revelam situações alarmantes em João Pessoa e que colocam em risco a vida de milhares famílias na capital paraibana. De acordo com dados do Instituto Água e Saneamento, cerca de 5.930 domicílios da cidade correm risco de inundação. O levantamento ainda mostrou que apenas 27,6% da população é atendida com o serviço de drenagem de águas pluviais.

A análise dos números também apontou que nos últimos cinco anos foram registradas 79 enxurradas, inundações ou alagamentos na cidade. Em outro destaque do estudo, os levantamentos indicaram que 135.876 pessoas vivem sem coleta de esgoto, o que representa 16,45% da população pessoense.  

As novas informações se aproximam dos números apresentados recentemente pelo Ranking do Saneamento 2024, que também revelaram que a capital paraibana possui mais de 83 mil pessoas vivendo sem saneamento básico em João Pessoa. A cidade registrou a maior queda entre as capitais do Nordeste, perdendo 10 posições em relação ao ano passado e ocupando o 48° lugar no país.  

Todos esses dados confirmam a realidade vivenciada diariamente pela população da capital e que há alguns anos já vem sendo denunciada, critica o deputado federal Ruy Carneiro. “Basta uma chuva mais forte para João Pessoa ficar intransitável em diversas regiões. Na grande maioria dos bairros existem pontos históricos de alagamento, que foram ignorados por antigas gestões e mais uma vez esquecidos pela atual administração”. 

O deputado também elencou alguns dos fatores responsáveis pelo agravamento dos problemas e apontou caminhos para solucionar a questão. “O crescimento da população, o aumento no adensamento e a ausência de obras de drenagem tem agravado ainda mais esse cenário. É preciso deixar de lado falsas promessas e ações midiáticas, que apenas tentam enganar a população”. Ruy defende que a resolução seja pautada pela construção de planejamento contínuo, com uma política pública efetiva e um programa de governo com ações sistemáticas. “Se continuarmos apenas com paliativos ou intervenções pontuais, corremos o sério risco de presenciar tragédias de grandes proporções, como temos visto em outras regiões do país”.

O Instituto Água e Saneamento é uma organização civil sem fins lucrativos, que defende a universalização do saneamento básico no Brasil. A plataforma Municípios e Saneamento foi desenvolvida para facilitar o acesso à informação nas 5.570 cidades do país. Os números apresentados reúnem 160 informações e indicadores, levantados através das principais fontes oficiais sobre saneamento: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico.