Tenente-coronel acusou a PF e ministro Alexandre de Moraes de coagi-lo a aderir “narrativa pronta”
As declarações do tenente-coronel Mauro Cid proferidas em áudios vazados pela revista Veja geraram grande repercussão nesta sexta-feira (22). No conteúdo, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acusa a Polícia Federal (PF) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de o coagirem a aderir uma “narrativa pronta” em depoimento.
Após o conteúdo vir a público, a PF sugeriu que o militar seja ouvido pelo juiz instrutor do magistrado nesta sexta-feira (22).
CONFIRA A TRANSCRIÇÃO DOS ÁUDIOS ABAIXO:
Eles queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu.
Não vai adiantar. Não adianta. Você pode falar o que você quiser. Eu vi isso ontem. Eles não aceitavam e discutiam, que a minha versão não era verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo.
Eles já estão com a narrativa pronta, eles não queriam que eu dissesse a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam. E toda vez eles falavam: “Olha, a sua colaboração está muito boa”. Tipo assim, ele até falou: “Vacina, por exemplo, você vai ser indiciado por 9 negócios de vacina, 9 tentativas de falsificação de vacina, vai ser indiciado por associação criminosa e mais um termo lá. Só essa brincadeira são 30 anos pra você”.
Eu vou dizer pelo que eu senti: eles já estão com a narrativa pronta deles, é só fechar. E eles querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles querem.
Eles são a lei agora. A lei já acabou há muito tempo, a lei é eles. Eles são a lei. O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta quando quiser, como ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação.
Se eu não colaborar, vou pegar 30, 40 anos [de prisão]. Porque eu estou sem vacina, eu estou em joia.
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