Menopausa: mudança de hábitos alimentares pode reduzir sintomas

Especialista explica como a inflamação do corpo nesse período pode acarretar desconfortos e afetar a qualidade de vida das mulheres

A interrupção fisiológica dos ciclos menstruais, apesar de natural e esperada, impacta a vida das mulheres e gera inúmeras dúvidas. Uma pesquisa da Essity, empresa de higiene e saúde, revelou que a menopausa ainda é tabu para 69% das brasileiras. De acordo com o levantamento da Plenapausa, com mais de 5 mil mulheres, 80% das que estão na fase menopausal apresentam sintomas e 60% delas não utilizam nenhum tipo de tratamento para aliviar os incômodos.

Por causa dos sintomas, as mulheres que estão na menopausa são mais propensas a faltar no trabalho, reduzir horas ou até mesmo deixar o emprego. Os dados fazem parte do estudo da Mayo Clinic, organização sem fins lucrativos especializada em pesquisa e atendimento à saúde nos Estados Unidos, que também constatou que esses desconfortos adversos podem ocasionar perda de produtividade, avaliada em aproximadamente US$ 1,8 bilhão anuais para o mercado de trabalho norte-americano.

“O declínio hormonal acarretado pela menopausa traz alterações na qualidade de vida, na saúde e no bem-estar da mulher. Além disso, há o surgimento de vários sintomas, como as ondas de calor, insônia, sensação de inchaço, dores de cabeça e no corpo, fadiga, problemas com a memória entre outros, que afetam o dia a dia”, explica Thais Dias, nutricionista especializada em climatério e menopausa. “Os desconfortos da menopausa podem ser agravados pelo estilo de vida, como alimentação inadequada, sedentarismo e excesso de estresse que podem causar a inflamação do corpo”, completa.

Para a maioria das brasileiras, a menopausa chega entre os 48 e 52 anos, mas seus efeitos podem ser sentidos antes, no climatério que acontece em média nos 5 ou 10 anos que antecedem esse período. “Durante o climatério a mulher começa a vivenciar mudanças hormonais importantes, que acarretam desconfortos que podem ser confundidos e não tratados, entre eles a queda de libido, a falta de energia e o cansaço”, destaca a nutricionista.

Os impactos de uma alimentação inadequada na menopausa

Com as alterações na saúde, nesse período a mulher está mais propensa a desenvolver pré-diabetes, aumentar o triglicérides e o colesterol e acumular gordura no fígado. “Esse conjunto é denominado como inflamação do corpo e traz risco de doenças crônicas, como diabetes e pressão alta, inflamatórias e câncer”, salienta. “Durante a menopausa, a alimentação tem que ser equilibrada e a mulher deve estar atenta a qualidade, quantidade e oferta de nutrientes, principalmente para evitar deficiências nutricionais como a baixa Vitamina D, ferro e B12, importante para o funcionamento do organismo”, argumenta Thais.

Carboidratos e óleos refinados, açúcar, farinha, gorduras ruins e industrializadas e bebidas alcóolicas em excesso, além de  uma quantidade inadequada de proteína contribuem para o aumento do perfil inflamatório da mulher na menopausa. “O metabolismo vai ficar mais lento, o aumento de peso acontece com facilidade e pioram os fogachos, as dores, as oscilações de humor e também o fluxo intestinal”, reforça. “A melhora dos sintomas vai depender da mudança na alimentação e de hábitos saudáveis, como o gerenciamento de estresse, sono de qualidade e atividade física”, complementa a especialista.

Melhorando os sintomas com a alimentação

Legumes, frutas e verduras, associados a uma dieta rica em nutrientes e vitaminas, podem modular os hormônios, principalmente no climatério, melhorando os desconfortos do período menopausal. “Um metabolismo equilibrado auxilia no processo de desinflamação do corpo, contribuindo para a perda de peso, evolução dos exames, atenuação das ondas de calor, cansaço e fadiga, melhora do humor, do sono e da capacidade cognitiva”, ensina Thais. “É necessário entender que cada mulher é única, que os sintomas podem variar e que a alimentação vai desempenhar o papel de auxiliar no processo de desinflamação do corpo, aliviando os incômodos da menopausa”, finaliza a nutricionista.

Conheça 4 alimentos que podem ajudar a diminuir a  inflamação do corpo

Cúrcuma: é um anti-inflamatório natural, combate as dores articulares e ajuda a regular o metabolismo.

Orégano: melhora a imunidade e ajuda a prevenir e tratar a candidíase, muito comum na mulher na menopausa.

Salsinha: auxilia na digestão, combate a formação excessiva de gases, é diurética e ajuda a eliminar a retenção de líquidos.

Alimentos de coloração roxa (beterraba, repolho roxo, cebola roxa, uva, açaí, mirtilo, amora, berinjela): ricos em antocianinas, os antioxidantes específicos que vão atuar durante o climatério e menopausa, esses alimentos ajudam na desinflamação do corpo e devem ser consumidos pelo menos uma vez por dia. 

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