2021 registrou o maior índice na utilização das energias alternativas desde 1985
Segundo o levantamento Revisão Global de Eletricidade, relatório produzido por pesquisadores para a organização Ember e divulgado pela Agência Brasil, o ano de 2021 registrou o maior índice na utilização das energias alternativas, ao mesmo tempo que se verificou o maior aumento na procura de carvão desde 1985. Pelo menos 50 países obtiveram mais de um décimo da energia a partir de fontes eólicas e solares, de acordo com as informações da pesquisa.
O total de fontes limpas que geram eletricidade subiu para 38%, globalmente. A parcela combinada eólica-solar atingiu, pela primeira vez, o máximo de 10%, e fontes energéticas, como o sol e o vento, constituem recursos cada vez mais utilizados para gerar eletricidade.
Energias alternativas no Brasil
“Cada vez mais, a sociedade compreende as vantagens das energias alternativas, tanto em relação à economia quanto à sustentabilidade e respeito ao meio ambiente. A energia solar, por exemplo, é a que mais gera empregos no mundo, além de ser uma das fontes energéticas mais estratégicas para acelerar o desenvolvimento sustentável do país”, ressalta o CEO da companhia Elétron Energy, André Cavalcanti.
O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético (SPE), divulgaram no final de fevereiro deste ano um informe técnico que demonstra o avanço das fontes eólica e solar no Nordeste do Brasil.
Segundo o informe, a energia eólica e a solar somaram 45,5% na matriz de geração de 2020 e, pela primeira vez, transformaram a região de importadora para exportadora líquida de energia elétrica. A nova configuração da geração no Brasil modificou os intercâmbios entre estados e regiões, proporcionando maior diversidade de soluções de suprimento.
No século 20, a expansão hidrelétrica ocorreu prioritariamente nas regiões Sudeste e Sul, que responderam por quase 70% da geração hidráulica do Brasil ao final de 2000. Em 2020, o indicador nesses locais recuou para 48%, conforme dados do Ministério de Minas e Energia, mostrando a tendência de expansão das matrizes limpas.
A seca enfrentada no país no último ano mostra que o caminho para uma matriz de geração menos dependente da hidráulica é fundamental. “Existe um potencial gigantesco a ser desbravado quando falamos de energia solar, por exemplo. Mesmo considerando o Marco Legal da Geração Distribuída, sancionado pelo Governo Federal no início de janeiro de 2022, a energia solar permanece como alternativa muito mais econômica e melhor para o meio ambiente”, ressalta André.
As usinas solares de grande porte são a sexta maior fonte de geração de energia do Brasil e sua geração é até dez vezes mais barata do que as fontes elétricas, considerando sobretudo os constantes aumentos tarifários. Juntas, as energias eólica e solar são as fontes de eletricidade de menor custo, comparando com a produção de eletricidade a partir de outros recursos.
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