Por Ricardo Callado
A presidente da Câmara Legislativa, deputada distrital Celina Leão (PPS), ainda na campanha de 2014, foi uma das primeiras apoiadoras ao então candidato Rodrigo Rollemberg (PSB). Juntos chegaram à vitória, Rollemberg virou governador e Celina assumiu o comando do Legislativo.
Logo nos primeiros três meses apareceram às divergências. Celina acusa que foi perseguida pela Casa Civil montada por Rollemberg e pelo grupo de petistas que lá se alojou, dando continuidade às políticas do ex-governador Agnelo Queiroz (PT).
Para a deputada, o governo que ela ajudou a eleger perdeu o rumo de suas propostas de campanha. Tornou-se a continuação do Governo Agnelo, que a deputada Celina tanto combateu. Hoje, o ex-governador responde há dezenas de processos cíveis e criminais, na maioria, por conta de suas representações.
Celina foi a principal opositora de Agnelo. Por meio da fiscalização realizada pela deputada, a justiça anulou os contratos da licitação do transporte público. Mesmo sabendo disto, ela acusa o atual Governo de não ter tomado providências no sentido de cumprir com a decisão judicial.
Para a deputada, Rollemberg teve a oportunidade de estancar a corrupção instalada desde o governo passado e não o fez. Os modus operandi petista que Celina tanto combateu continuam neste governo, segundo a deputada.
Nesse sentido, a parlamentar manifestou por meio de nota oficial, na quinta-feira (28), apoio incondicional as investigações da CPI da Saúde. Ela também repudiou, veementemente, os atos do GDF contrários às investigações.
Para mostrar que está pronta para o embate, Celina suspendeu o recesso legislativo e convocou extraordinariamente a Câmara para que os membros da CPI pudessem discutir as novas denúncias veiculadas na imprensa. Eles fizeram oitivas em função dos áudios de conversas comprometedoras de servidores com autoridades, que demonstravam indícios de corrupção no GDF.
Esse é apenas um ingrediente para o bolo que vem por ai. O Buriti ainda enfrentará mais problemas. Corre o risco de ver os apoios na Câmara diminuírem para menos de dez deputados, ainda enfrenta baixa popularidade e isolamento. Rollemberg terá que buscar apoio e estar preparado para o desenrolar da crise. Não há, ainda, alguma saída.
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