AP: Projeto de energia solar da Ueap chega ao Bailique

Projeto “Iluminando Ideias” será executado no Arquipélago do Bailique, região afetada pela falta de energia

Macapá (AP) – No último domingo, 17, professores da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), que coordenam o projeto “Iluminando Ideias”, e representantes da empresa de energia Total E&P do Brasil, viajaram até a comunidade do Franquinho, no Bailique, para o lançamento do projeto que prevê, entre outras atividades, a instalação de um sistema de energia solar na comunidade.

A iniciativa foi possível após a aprovação da Ueap em edital de incentivo à pesquisa, realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amapá (Fapeap), e pela empresa petrolífera Total E&P do Brasil.

A professora Carla Priscila Cabral, que leciona no curso de Engenharia Florestal da Ueap, foi quem pensou o projeto “Iluminando Ideias”. “No Franquinho, a energia chega por meio de um gerador a diesel que funciona apenas 4 horas por dia. Eles têm uma limitação muito grande de trabalho. Agora terão a possibilidade de ter energia por mais tempo. Essa energia vai ser direcionada para a escola e para freezers de uso em comum, onde poderão armazenar por mais tempo os produtos que eles comercializam”, explicou Carla Cabral.

O projeto consiste em desenvolver, na região, um sistema de energia fotovoltaico que capte energia do sol por meio de placas solares. A comunidade do Franquinho tem uma população pequena, de 64 pessoas, que vivem distantes das áreas por onde passam os linhões de energia. Com o projeto, Carla Priscila afirma ser possível levar energia suficiente para manter lâmpadas e computadores funcionando na escola local e aumentar a produtividade comercial da comunidade.

Outros benefícios

De acordo com o levantamento feito pela pesquisa, Franquinho sobrevive principalmente da carpintaria naval, da pesca e do extrativismo vegetal, como a extração de óleos do pracaxi e da andiroba.

Para se integrar às atividades de extensão da universidade, o projeto “Iluminando Ideias” propõe cursos que desenvolvam o potencial econômico já existente na região. “Propusemos, e eles aceitaram, o treinamento na área de tratamento de madeiras, que pode dar a eles a possibilidade de construir casas mais duráveis”, revelou Cabral.

Durante a fase de pesquisa, foi detectada também uma grande frequência de doenças digestivas e de hipertensão, reflexo do mau tratamento da água consumida na região, considerada salobra e cheia de sedimentos. De acordo com o projeto, a chegada de mais energia na localidade pode propiciar a melhoria da qualidade da água, que poderá ser armazenada em reservatórios e bombeada ao sistema hidráulico por meio da energia dos painéis solares.

A Total é uma das maiores empresas globais do setor de energia. É a quarta maior empresa privada de óleo e gás do mundo e a segunda maior operadora em energia solar. Presente em mais de 130 países, a Total possui 100 mil colaboradores e atua de forma integrada desde a descoberta de novos recursos até a comercialização de produtos e serviços para os consumidores.

No Brasil, a Total possui um portfólio robusto e diversificado no setor de óleo e gás, composto por 17 blocos marítimos, com foco em águas profundas. A empresa é operadora de cinco blocos localizados na Bacia da Foz do Amazonas em consórcio com as empresas BP e Petrobrás.

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