Pesquisa do Secovi-SP mostra a retração do mercado imobiliário em maio

No mês, foram comercializadas 1.059 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo, volume 10,4% inferior ao registrado em abril (1.182 unidades)

De acordo com a Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, em maio foram vendidas 1.059 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. O volume é 10,4% inferior ao total vendido em abril (1.182 unidades) e 50,7% abaixo do volume de vendas de maio de 2015 (2.149 unidades).
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No acumulado de janeiro a maio, foram comercializadas, na capital paulista, 5.097 unidades residenciais, volume 27,9% inferior ao total vendido no mesmo período de 2015 (7.070 unidades). O total vendido em 2016 é o menor registrado pela pesquisa, cuja média dos acumulados de janeiro a maio dos anos de 2004 a 2015 é de 10,5 mil unidades.
É importante considerar que o atual comportamento do mercado imobiliário é conjuntural e não estrutural. Segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), o mercado potencial do País, excluindo o crescimento do déficit habitacional, ainda é de expansão de aproximadamente 1,4 milhão de novos domicílios por ano até 2025, considerando a formação de novas famílias e as que pretendem sair do aluguel.
“A expectativa é que a conjuntura econômica e o mercado imobiliário tenham alcançado o ponto mais baixo. Agora, diante das perspectivas de melhoria implantadas pelo novo governo federal, como aquelas para sanear o déficit público e o controle da inflação, percebemos a retomada gradativa da confiança dos consumidores e empresários”, opina Flavio Amary, presidente do Sindicato da Habitação.
Para o dirigente, a retomada da confiança na economia e nos rumos do País fará com que as famílias voltem a consumir. “Esse movimento aquecerá o setor e é bem provável que o mercado imobiliário de São Paulo atinja, no segundo semestre, um novo patamar”, afirma Amary.

Lançamentos – De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), a cidade de São Paulo registrou no mês de maio um total de 1.166 unidades residenciais lançadas, volume 52,9% inferior a maio de 2015 e 67,8% superior ao de abril de 2016 (695 unidades).

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De janeiro a maio de 2016, foram lançadas 3.553 unidades residenciais na Capital, com queda de 55,2% em relação ao mesmo período de 2015 (7.935 unidades). Os primeiros cinco meses do ano registraram a menor quantidade de lançamentos na cidade de São Paulo desde 2004 (quando foi adotada a atual metodologia).
A PMI – Pesquisa do Secovi-SP é realizada desde 2004 com a atual metodologia. São 13 anos acompanhando as altas e baixas do mercado influenciadas por vários fatores, como: abertura de capital das empresas do segmento imobiliário, aumento significativo dos financiamentos imobiliários, crise financeira mundial a partir de 2008, programa Minha Casa Minha Vida, aumento dos preços dos imóveis, alterações do Plano Diretor e Lei de Zoneamento. “Atualmente, o Brasil atravessa uma das piores crises políticas e econômicas da história e, consequentemente, o mercado imobiliário sentiu os seus efeitos danosos. Este ano, registrando os níveis mais baixos de vendas e lançamentos na cidade de São Paulo”, explica Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
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“É fato que enfrentaremos problemas de escassez de terrenos com potencial construtivo, excesso de impostos, contrapartidas e burocracia. Como são situações difíceis de serem solucionadas, a produção imobiliária, em função de seu longo ciclo, poderá não acompanhar a evolução do consumo e, com isso, nos próximos anos repetir o comportamento de 2010, com queda da oferta final de unidades não vendidas, o chamado estoque, resultando em aumento dos preços dos imóveis”, esclarece Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP.
A palavra de ordem, agora, é planejamento, tanto para consumidores quanto para empresários. “Este é o momento mais favorável para a compra da casa própria, pois a tendência é de recuperação de preços baseada no aumento dos índices de confiança e da recuperação econômica. Os empreendedores, por sua vez, têm de aproveitar o momento atual e se preparar para retomar a produção”, conclui o presidente do Sindicato, Flavio Amary.
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ANÁLISE POR SEGMENTO – CIDADE DE SÃO PAULO

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Tipologia – Em maio, o bom e tradicional imóvel de 2 dormitórios continuou predominando em todos os indicadores da pesquisa (448 vendas, 512 lançamentos, oferta final de 9.315 unidades e VSO de 4,6%), mas o VSO dos imóveis de 3 dormitórios ficou próximo (4,5%), resultado de 272 venda em relação a 6.052 unidades ofertadas e lançadas.
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Área útil – Por faixas de área útil, imóveis com metragem entre 65 m² e 85 m² lideraram os lançamentos (395 unidades), mas as vendas dos imóveis com menos de 45 m² (334 unidades) foram superiores a todas as outras faixas. O melhor VSO registrado no mês foi mesmo dos imóveis de 65 m² a 85 m², pois nesse segmento a quantidade de oferta é menor do que dos imóveis com metragem inferior a 45 m².
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Preço – Os imóveis com preços entre R$ 225 mil e R$ 500 mil lideram as vendas com 494 unidades e os lançamentos com 534 unidades. Não foi registrado nenhum lançamento com valor inferior ou igual a R$ 225 mil no mês de maio na cidade de São Paulo, mesmo sendo a faixa com a menor quantidade de oferta e o maior VSO (8,9%) na análise por faixa de preços. A falta de lançamento desse tipo demonstra como é difícil viabilizar empreendimentos com valores até R$ 225 mil, devidos aos custos de produção.
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Região – A zona Leste de São Paulo apresentou, no mês, o maior volume de comercialização – 331 unidades vendidas -, e VSO de 5,7% que superou o desempenho das outras regiões. Nos lançamentos, o destaque foi do Centro, com 520 unidades. Na zona Norte não foi detectado nenhum lançamento.
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