Jungmann enfatizou que essa fase inicial da operação, que mobiliza um efetivo de 8,5 mil militares das Forças Armadas, 620 integrantes da Força Nacional de Segurança e 1.120 da Polícia Rodoviária Federal nas ruas e vias expressas do Rio, é de curta duração. “Nós não vamos repetir o procedimento anterior de longas permanências, realizando patrulhamento, não vamos fazer ocupação de comunidades. Vamos continuar no mesmo diapasão da surpresa. Não vamos anunciar quando iniciaremos e nem quando terminaremos fases dessas operações, mas quero dizer que já estamos preparando a próxima”.
Reconhecimento
O comandante da operação, general Mauro Sinnot, disse que o reconhecimento da área está sendo o principal objetivo das forças federais nessa primeira etapa. “Conseguimos o objetivo de ambientar os nossos militares com a área onde vão atuar e desenvolver os laços táticos com os órgãos de segurança pública, visando o trabalho conjunto em operações futuras”.
O ministro da Defesa saiu neste sábado pela manhã da Base Aérea e sobrevoou a zona central do Rio, onde atuam os fuzileiros navais, passou pelo Arco Metropolitano, guarnecido por militares da 9º Brigada, e ainda por São Gonçalo e Niterói, que se concentram a artilharia da 1ª Divisão de Exército. Também sobrevoou a Linha Vermelha e a Avenida Brasil, onde estão homens da Brigada Paraquedista.
Jungmann agradeceu a população do Rio pela maneira comovente como está recebendo o esforço conjunto dos governos federal e estadual. “É algo tocante ver as manifestações que temos assistido e eu peço que isso forje uma união em prol do Rio de Janeiro”, disse.
Problema de efetivo
O ministro reconheceu, no entanto, que a retirada do reforço adicional de segurança no estado, representado pelas forças federais, pode levar a um novo incremento da criminalidade. “Se hoje as tropas federais, contando com a participação também, fundamental, de todos os recursos e efetivos estaduais, geram um efeito inibidor, não nos esqueçamos que quando se retira esse reforço adicional o crime volta, e muitas vezes, pior do que anteriormente”.
Já o secretário estadual de Segurança, Roberto Sá, que também participou da coletiva, destacou a oportunidade da contribuição das forças federais. “Ela vêm num momento muito importante, em que o estado tem 4 mil candidatos aprovados para a Polícia Militar, perdeu quase 3 mil policiais militares ao longo dos últimos 18 meses e deixou de colocar cerca de mil policiais adicionalmente nas ruas, com o regime adicional de serviço, o que daria em torno de 8 mil homens”.
Para Sá, esse engajamento precisa ser aproveitado para a consolidação de uma política nacional de segurança, com medidas estruturantes. “As polícias estaduais precisam de investimentos para que possam, com suas próprias forças, atender a essa demanda, sem que precisem pedir apoios federais”, defendeu.
Queda de índices
Sobre a redução dos elevados índices atuais de criminalidade violenta, o secretário adiantou que o levantamento parcial de julho, com conclusão prevista para a próxima quinta-feira (3), sinalizam para uma tendência de diminuição dos casos de letalidade violenta em relação ao mesmo mês do ano passado.
O ministro da Defesa permanece no Rio durante este fim de semana e amanhã (30) terá uma reunião de avaliação da operação, na sede do Comando Militar do Leste (CML)
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