Viabilização da ferrovia Brasília-Goiânia é “um passo rumo ao desenvolvimento” do Centro-Oeste, diz Liliane Roriz

 

Deputada revive sonho do pai e consegue sensibilizar governos do DF, de Goiás e Federal para importância do transporte ferroviário. Estudo de viabilidade da ANTT foi concluído esta semana

Uma ferrovia que ligue Brasília a Goiânia, atendendo, ainda, cidades do Entorno do Distrito Federal. Uma viagem – que hoje dura, em média, 4 horas em um ônibus – feita em apenas 95 minutos com preço acessível de R$ 60. Cerca de 40 milhões de passageiros transportados apenas no primeiro ano. Tudo isso com investimentos divididos entre governo e empresários. E sem perigos e imprevistos de uma viagem rodoviária. Tudo parece uma utopia. E no começo até foi um sonho do ex-governador do DF, Joaquim Roriz. Mas que foi “desengavetado” pela deputada Liliane Roriz (PTB) que, com o projeto do pai debaixo do braço, reuniu os governadores do DF e de Goiás, Ministério dos Transportes e ANTT e conseguiu sensibilizar a todos que o transporte ferroviário é a solução para o problema da mobilidade urbana e fará a região assumir o protagonismo no que diz respeito à modernidade do sistema de transporte terrestre.

Na última quinta-feira, mais um passo importante foi dado para que a ferrovia Brasília-Goiânia saia do papel. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) divulgou os estudos de viabilidade da obra que deve atingir R$ 7 bilhões em investimentos. “O mais importante quando quis levar essa ideia adiante era garantir que essa obra poderia ser feita por meio de uma Parceria Público Privada (PPP), pois sabemos que o país inteiro está em crise e seria impossível que apenas o governo arcasse com esse custo. O estudo da ANTT comprova a viabilidade desse projeto”, explica a deputada Liliane Roriz. Após apontados pela ANTT as viabilidades técnica, econômica, socioambiental a jurídico-legal para a ferrovia, ficou decidido que o custo de R$ 7 bilhões serão repartidos entre os governos federal, do Distrito Federal, de Goiás e parceiros privados. O formato da parceria será definido nos próximos meses.

De acordo com o gerente de Regulação e Outorga da agência, Juliano Samor, o investimento governamental não precisa ser apresentando na forma de dinheiro vivo. Como alternativa, o poder público pode abrir mão de impostos, conceder benefícios ou facilitar a transferência dos terrenos, por exemplo. O estudo apresentado pela ANTT sugere um prazo de concessão de 30 anos, renováveis por igual período. O projeto prevê estações em Goiânia, Anápolis, Santo Antônio do Descoberto, Águas Lindas e Brasília. Os técnicos estudam a possibilidade de uma sexta estação em Ceilândia. Detalhes técnicos dos vagões serão definidos mais claramente na licitação, mas a ANTT diz que o conforto proporcionado aos passageiros e a performance das máquinas serão “similares aos dos trens da Europa”.

Grande entusiasta do projeto, a deputada Liliane Roriz pediu, durante reunião na ANTT, agilidade para tirar o trem do papel. “O trem representa o desenvolvimento da região Centro-Oeste e será um grande benefício para a população dessas regiões”, ressaltou a parlamentar que lembra a importância do transporte ferroviário como solução moderna para resolver o problema da mobilidade urbana. “Estamos atrasados em relação a outros países do mundo na questão do transporte sobre trilhos”. A ferrovia Brasília-Goiânia, também chamada de “Expresso Pequi” desde quando idealizada por Roriz, deve ficar totalmente pronta até o fim de 2020. O percurso de 207 quilômetros seria percorrido a uma velocidade média de 160 km/h, com passagem de custo similar à praticado pelas empresas de ônibus em viagens expressas. “Este é mais um passo rumo ao futuro, rumo a um meio de transporte eficiente, menos poluente, mais rápido e seguro”, comemora Liliane.

Governadores do DF e GO_Rodrigo Rolemberg e Marconi Perillo_17 Ago 15_Foto Edsom Leite_ESL_9423

Roriz, Perillo e Rollemberg

A vice-presidente da Câmara Legislativa, Liliane Roriz, tomou para si o dever de levar adiante o sonho de Joaquim Roriz de ligar Brasília a Goiânia por meio de uma ferrovia. Liliane sempre defendeu em seus discursos o transporte ferroviário como alternativa para o problema da mobilidade urbana na região e para defender a ideia, reuniu os governadores de Goiás, Marconi Perillo e do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, para dar o pontapé inicial ao assunto.

Inicialmente, em reunião com os dois governadores, Liliane lançou a ideia de uma Parceria Público-Privada (PPP). “Essa é a melhor alternativa para que os governos locais e federal, em crise, não tenham que lançar mão de um recurso alto e possam contar com dinheiro da iniciativa privada”, ressaltou. Dessa reunião, saiu a proposta de levarem o assunto ao conhecimento do Ministério dos Transportes, que já no primeiro encontro, comprou a ideia e solicitou à ANTT o estudo de viabilidade da obra.

Para Perillo, a união entre os governos do DF e GO mostram que o objetivo de ambos os governadores é destravar burocraticamente todos os procedimentos e dar andamento aos projetos que contribuam para a melhoria da vida das pessoas. “E o melhor: buscando investimentos do setor privado”, ressaltou o governador de Goiás. Segundo Rollemberg, as obras atenderão diretamente a população do Entorno. “Esse trem representam uma grande mudança na qualidade de vida desses trabalhadores”.

Liliane não escondeu a emoção de conseguir datas previstas para que os projetos saiam do papel. “Sempre foi um sonho do meu pai tirar esses trens do papel e coloca-los nos trilhos. Além disso, não podemos esquecer que 40 milhões de passageiros serão atendidos apenas no primeiro ano. Vitória para a união entre os governos federal, de Goiás e do DF que entenderam a grandeza da idealização de Joaquim Roriz”, disse a parlamentar.

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