Hotelaria do DF dribla crise e cria novo modelo de negócios

Estadia de longa duração atende a uma demanda característica de Brasília

Enquanto as políticas de incentivo ao turismo no DF não saem do discurso, o setor produtivo reage para sobreviver à crise econômica, manter serviços e empregos.  No setor de hotelaria, por exemplo, que tem a maior parte de seu movimento atrelado às atividades da Esplanada dos Ministérios, empresários da cidade usaram da criatividade para criar um novo modelo de negócios, a long stay, que em tradução livre significa estada de longa duração.

O novo nicho vem crescendo vertiginosamente por atender à demanda de pessoas que vem à Capital do País para ficar por períodos mais longos, em média 30 dias, maiores  do que costuma durar a hospedagem média de turistas, mas não tanto tempo a ponto de obrigá-los a alugar um imóvel convencional.

Otto Sarkis e Ana Paula Faure; fundadores da Hplus Hotelaria

Otto Sarkis e Ana Paula Faure; fundadores da Hplus Hotelaria

De olho nisso, a administradora Ana Paula Faure e o jornalista Otto Sarkis fundaram a Hplus Hotelaria, empresa que atua no mercado há 14 anos. “Com políticos, assessores e outros profissionais ligados à rotina dos órgãos governamentais passando boa parte do tempo na cidade, percebemos a nova demanda”, conta a Ana Paula.

Os apartamentos seguem um padrão diferenciado. Em vez de frigobares, têm geladeiras para comportar um estoque maior de alimentos, além de sofás e outras pequenas estruturas que permitem aos hóspedes receber parentes.

O novo negócio deu muito certo. Atualmente, a rede é a maior do setor no Centro-Oeste e sétima maior do País, segundo o relatório “Hotelaria em Números 2016”, da consultoria internacional Jones Lang Lasalle.

Os números são a maior prova disso. A empresa dispõe atualmente de 14 empreendimentos em operação. São cinco hotéis e nove apart-hoteis, que contabilizam 1,6 mil apartamentos de diárias e long stay. A rede também é responsável pela administração de mais de cinco mil condomínios na região.  “Brasília tem uma das hotelarias mais dinâmicas do Brasil”, completa Otto.

Para o alto – Em 2016, o faturamento superou a casa dos R$ 43 milhões, o que fez a empresa registrar crescimento da ordem de 11%. Foram mais de 107,5 mil hóspedes únicos atendido. “Nossa meta é dobrar de tamanho nos próximos anos”, revela o CEO da empresa, Francisco Calvo.

Para tanto, pretende romper as barreiras do DF e ampliar as atividades para outros estados.  Na mira estão Pará, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

O segredo, segundo Calvo, vai além do empreendedorismo dos sócios Paula e Otto. Está na transparência com os investidores e na comunicação aberta. A Hplus gerencia empreendimentos bancados por pessoas de classe média que investem em prédios erguidos em áreas com a vocação comercial. A empresa cuida da administração e manutenção e divide os lucros.  “Administramos capital dos outros. Temos de ser parceiros, transparentes e cuidar do capital melhor do que cuidaríamos do nosso”, explica.

Para Otto, esse modelo de administração representa uma nova fronteira para o mercado. “É um modelo de capitalismo inclusivo em que todos podem ser sócios”, diz.

Atualmente, a empresa gera cerca de 650 empregos diretos e outros 1,1 mil indiretos. “Temos uma atenção especial com nossos colaboradores. Queremos que todos tenham a oportunidade de construir uma carreira na Hplus”,  diz Paula.

Um dos principais empreendimentos do grupo, considerado “a menina dos olhos” do mercado no DF, é a Quadra Le Quartier, localizada no Setor Hoteleiro Norte, próximo ao Shopping Conjunto Nacional.  O empreendimento é formado pelos edifícios Fusion, Vision, Biarritz e Saint Moritz. Os prédios mantêm em sintonia áreas para hotelaria e escritórios e formam uma praça com estrutura pronta para a realização de grandes eventos.

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