Mercado de capitais é alternativa de investimento mais rentável para as empresas

O mestre em finanças Marcos Sarmento Melo esclarece dúvidas sobre o sistema 

Uma alternativa saudável para a captação de recursos pelas empresas é estimular o mercado de capitais. O ambiente favorável para entidades e investidores realizarem transações financeiras de financiamento, hedge (proteção das operações financeiras com exposição a grandes variações de preços) ou aplicação, proporciona um grande impulso para o crescimento econômico do país.

“O mercado de capitais é o principal ambiente onde as empresas apresentam os investimentos que pretendem fazer, cuja finalidade é atrair investidores para a compra de títulos e, dessa forma, obter recursos para que tais projetos sejam viabilizados. Essas empresas normalmente buscam oportunidades de investimento para a construção de fábricas, pesquisas e o desenvolvimento de novos produtos. A ideia é sempre atender às necessidades do público e, consequentemente, aumentar seus resultados”, opina Marcos Sarmento Melo, mestre em Finanças e sócio-diretor da Valorum Gestão Empresarial.

Para que um projeto de investimento seja viável financeiramente, é preciso que dele se espere rentabilidade a uma taxa superior à SELIC. Como a SELIC é há muito mantida em níveis elevados, poucos projetos se tornam viáveis para que as empresas tenham interesse em investir.

“Se não há interesse financeiro no Brasil para se fazer investimentos de longo prazo, o país para. A fim de evitar esse transtorno, o governo concede crédito com taxas mais baratas para as empresas. É claro que é importante que o governo possibilite condições para que as empresas tenham acesso aos recursos, mas é preciso esclarecer que a maior parte dos juros são pagos pela população. A solução do problema está em reformas da economia, principalmente equilíbrio fiscal, e no estímulo ao crescimento do mercado de capitais”, explica o especialista.

O mercado financeiro pode ser classificado em quatro tipos:

Mercado cambial: operações envolvendo compra e venda de moedas estrangeiras;

Mercado de crédito: operações bancárias de empréstimos;

Mercado monetário: geralmente operações de curto prazo;

Mercado de capitais: geralmente operações de longo prazo.

As empresas e órgãos públicos podem emitir títulos no mercado de capitais para atender a dois tipos de objetivos:

– Realizar investimento programado, ou;

– Melhorar condições de empréstimo anterior:

1) Diminuindo o custo de dívida anterior. Ao lançar novos títulos com taxas de juros mais baixas do que os títulos anteriores ou empréstimos existentes, e usando-os para quitar os compromissos mais antigos, a empresa passa a pagar menos juros daí para frente;

2) Alongando o prazo de dívida anterior. Ao lançar novos títulos com prazo de pagamento superior aos títulos ou empréstimos anteriores e usando os recursos recém captados para quitar os antigos.

Os títulos lançados por empresas podem ser:

Ações: títulos representativos da propriedade da empresa;

Notas comerciais: títulos de prazo menor representativo de dívida da empresa;

Debêntures: títulos de dívida de maior prazo que movimenta maior volume de recursos.

As principais linhas de crédito que o governo deixa à disposição das empresas são:

As linhas do BNDES, cujos recursos são preponderantemente advindos do Tesouro Nacional (dinheiro dos impostos da população);

As linhas dos Fundos Constitucionais de Financiamento regionais (FCO, FNO e FNE), cujos recursos são provenientes de percentuais arrecadados dos impostos IR e IPI;

As linhas do PROGER, cujos recursos são provenientes do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que são proporções recolhidas junto com o INSS pago pelas empresas.

Fonte: Marcos Sarmento Melo

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